quarta-feira, 15 de junho de 2016

OS QUATRO IRMÃOS ENGENHOSOS - CONTOS DE GRIMM

    Era uma vez um homem pobre que tinha quatro filhos. Quando ficaram grandes ele os chamou e disse:
    - Meus filhos, vocês agora deverão correr mundo, pois eu nada tenho para lhes dar. Procurem outras terras, aprendam um ofício e vejam lá como se arranjam,
    Os quatro fizeram seus preparativos de viagem e, depois de se despedirem do pai, partiram juntos. Passado algum tempo - já haviam caminhado bastante - chegaram a uma encruzilhada da qual partiram quatro caminhos em quatros rumos diferente. Disse o mais velho dos rapazes:
     -  Separemo-nos aqui. Dentro de quatro anos, voltaremos a este lugar. durante esse tempo, cada um de nós que procure, sozinho, sua boa sorte.
     E partiram, tomando cada qual um caminho. o mais velho encontrou-se com um homem que lhe perguntou aonde ia e quais eram os seus projetos.
    - Quero aprender um ofício,- respondeu-lhe o rapaz.
    - Vem comigo. Aprenderás a ser um ladrão, - respondeu o homem.
    - Não, disse o rapaz, - isso não é ofício honesto. Acaba-se na forca, mais dia menos dia.
    - Oh! não te assustes por isso. só te ensinarei a te apoderares do que ninguém mais poderia conseguir, e de um modo que não deixes nenhuma pista.
    O jovem deixou-se convencer. E assim aprendeu a ser um ladrão tão hábil que nada ficava em segurança diante dele. Era só cobiçar alguma coisa e logo a obtinha.
    O segundo irmão encontrou outro sujeito que também lhe perguntou o que queria aprender.
     - Ainda não sei, - respondeu.
    - Nesse caso, vem comigo e tornar-te um astrólogo. Não existe melhor ofício, pois nada haverá que te fique oculto.
     A ideia agradou ao jovem e chegou a ser um astrólogo tão entendido que, finda a sua aprendizagem e ao despedir-se do mestre, este lhe deu um telescópio, dizendo:
     - Com isso poderás ver tudo o que se passa na terra e no céu. Nada ficará oculto a teus olhos.
     O terceiro irmão tornou-se aluno de um caçador, que lhe ensinou tudo o que diz respeito à caça.  O aproveitamento do rapaz foi tal que se tornou um verdadeiro às nessa arte. Ao despedir-se, o mestre presentou-o com  uma espingarda, dizendo:
    - Esta nunca falha o alvo. Jamais errarás a pontaria.
    O mais moço dos irmãos encontrou-se , também, com um homem que lhe indagou dos seus planos.
    - Não te agradaria ser alfaiate? - disse-lhe.
    - Não sei, - respondeu o jovem. - Isso de ficar curvado da manhã à noite. manejando, sempre, a agulha e o ferro de engomar. é coisa que não me seduz.
    - Não digas isso! - exclamou o homem. - Falas pelo que tens visto, mas comigo aprenderás uma arte muito diferente, honesta e, também, honrosa.
     O jovem deixou-se convencer; acompanhou o alfaiate e aprendeu a fundo sua profissão.  Na hora de se despedirem, quando já havia terminado sua aprendizagem o mestre deu-lhe uma agulha e disse:
    - Com ela poderá coser tudo quanto vires pela frente, embora seja frágil como uma casca de ovo ou duro como o aço; e ficará tão bem que nem se verá a costura.
    Havendo transcorrido os quatro anos, os irmãos voltaram a se encontrar na encruzilhada em que se haviam separado. Depois de se abraçarem, regressaram à casa paterna.
     - Então! - exclamou o pai, satisfeito. - O vento tornou a soprar todos para o meu lado.
      E os filhos passaram a contar tudo o que lhes acontecera e o que cada um havia aprendido. nessa ocasião todos estavam sentados, em frente à casa, embaixo de uma árvore, e o pai lhes disse:
    - Farei uma prova com vocês, para ver do que são capazes.
     Olhou para cima e, dirigindo-se ao segundo filho, prosseguiu:
    - No alto desta árvore, entre dois galhos, há um ninho de pintassilgos. Dizem-me quantos ovos contém.
    O astrólogo assestou seu telescópio em direção ao ninho e respondeu:
    - Cinco.
     Voltando-se, então, para o mais velho, disse o pai:
    - Vai apanhar os ovos, mas sem que o pássaro que os está chocando perceba coisa nenhuma.
     O ladrão, que era muito hábil, trepou na árvore e, sem que a avezinha o notasse e se movesse do ninho, lhe tirou de baixo do corpo ovos e os entregou ao pai. O velho colocou um em cada quanto da mesa e o quinto no centro. Feito isso, disse ao caçador:
    - Agora parte os cinco ovos, ao meio, num disparo só.
    O rapaz fez pontaria; disparou e partiu os cinco ovos com só tiro. Pelo visto, usava uma pólvora capaz de dobrar a esquina!
    - É chegada a tua vez, - disse o pai ao filho mais moço. - Irás costurar os ovos e também os passarinhos que há dentro ; e de tal maneira que não se note o resultado do tiro.
    O alfaiate pegou a agulha e fez como o pai lhe pedira. Quando terminou, o ladrão teve de levar de volta os ovos ao ninho e colocá-los embaixo da ave que os chocava, sem que esta o notasse. E dentro de poucos dias nasceram os passarinho com uma faixinha vermelha ao pescoço, no lugar onde o alfaiate os havia costurado.
     Algum tempo depois, houve uma grande alarma no país. Um dragão havia raptado a filha do rei. Este vivia aflito, gemendo dia e noite, e acabou mandando apregoar que quem a trouxesse de volta se casaria com ela. Disseram os irmãos entre si:
    - Aqui está uma oportunidade de demonstrarmos nossa habilidade.
    E combinaram partir juntos para libertar a princesa,
    - Logo ficarei sabendo onde ela se encontra, - disse o astrólogo. Olhou pelo telescópio e declarou: - Já a estou vendo; acha-se muito longe daqui; num rochedo em meio do mar. A seu lado há um dragão vigiando.
    Apresentou-se ao rei, pediu-lhe um barco para ele e seus irmãos, e os quatro se fizeram ao mar até chegarem ao rochedo. Lá estava a princesa com o dragão, que encostara a cabeça em seu colo e dormia.
    - Não posso atirar, porque mataria também a princesa, - disse o caçador.
    - Pois tentarei eu a sorte! - manifestou-se o ladrão. E, deslizando até o lugar, afastou a moça com tanta rapidez e agilidade que o monstro não se deu conta e continuou roncando. Contentíssimos, saíram correndo com a jovem para o barco e zarparam sem perda de tempo. Mas o dragão, que ao despertar não encontrou a princesa, saiu furioso em sua perseguição, sulcando os ares com um urro medonho. Quando já se encontrava voando acima do barco e se dispunha a precipitar contra eles, o caçador apontou-lhe a espingarda e disparou uma bala que acertou bem no meio do coração. O monstro caiu morto, mas era tão grande que, ao abater-se sobre o barco,  o despedaçou totalmente. Os ocupantes conseguiram agarrar-se a algumas tábuas e ficaram flutuando na superfície das ondas. A situação era perigosíssima! Mas o alfaiate, sem perda de tempo, tirou sua agulha miraculosa; juntou as tábuas rapidamente e as costurou com pontos bem grandes. Feito isso, recolheu todas as peças do barco e as coseu com tanta perfeição que, logo após, a embarcação estava em condições de navegar. E assim os irmãos puderam chegar, finalmente, à sua pátria.
    O rei sentiu uma grande alegria ao rever sua filha e disse aos quatro irmãos:
    - Um de vocês a receberá por esposa. Decidiram quem há de ser.
     Saiu então uma discussão terrível entre os quatro irmãos, pois cada um alegava os seus direitos. Dizia o astrólogo:
    - Se eu não tivesse descoberto a princesa, de que serviria a habilidade de vocês? Portanto, pertence a mim!
    O ladrão falou:
     - Que adiantaria descobri-lam se eu não a houvesse tirado das garras do dragão? É minha, pois!
      E o caçador:
   - A princesa e todos vocês seriam liquidados pelo monstro se minha bala não o tivesse abatido. Em vista disso, é a mim que ela pertence!
      E o alfaiate, por sua vez:
    - Se eu, com minha arte, não tivesse recomposto o navio, todos estaríamos afogados. Portanto, é minha!
      O rei, então, interveio:
    - Vocês tem igual direito, mas como a princesa não pode pertencer a todos, não será de nenhum dos quatro. Em troca, darei, a cada um, parte do meu reino.
     Os irmãos ficaram satisfeitos come essa solução e disseram:
     - É melhor isso do que uma briga entre nós.
     E cada qual recebeu uma quarta parte do reino. Daí em diante os quatro viveram felizes em companhia do pai, pelo tempo que Deus quis.  FIM

domingo, 12 de junho de 2016

O PRÍNCIPE QUE NÃO TINHA MEDO - CONTOS DE GRIMM

      Era uma vez o filho de um rei, mas já estava cansado de viver  em ociosidade no palácio de seu pai. Como não conhecia o que era medo, pensou: " Vou sair por este mudo em fora. Assim não me aborrecerei como aqui e, com o passar do tempo, terei oportunidade de ver coisas maravilhosas."
   Despediu-se do pai e partiu. Andava de manhã à noite, sem se preocupar para onde o levava o caminho. Dessa forma, foi dar à casa de um gigante e, como estivesse cansado, sentou-se junto à porta para repousar. Olhando em redor, descobriu um jogo de bolão no pátio da casa, mas as bolas e os paus eram do tamanho de um homem. Deu-lhe vontade de experimentar o jogo e, colocando os paus em posição, pôs-se a atirar as bolas, soltando gritos de alegria cada vez que acertava. E assim divertiu-se a valer. Não demorou muito, o gigante ouviu a barulhada e, olhando pela janela, avistou o homenzinho que, não sendo maior que os de sua espécie, conseguia atirar bolas tão grandes.
     - Verme! - gritou. - como te atreves a jogar essas bolas? De onde tiraste toda a tua força?
    O príncipe levantou a cabeça e, ao dar com os olhos no gigante, respondeu:
    - Ó brutamontes, acaso pensas que só tu tens força? Eu faço tudo o que me dá vontade!
     O gigante desceu e ficou assistindo, por algum tempo, admirado, ao jogo do príncipe.
     - Homenzinho, - disse ele - se és capaz do que dizes, vai buscar-me uma das maças da árvore da vida.
    - E para que a queres? - indagou o príncipe -
     - Não é para mim, - respondeu o gigante, - mas tenho uma noiva que deseja possuí-la. Andei por quase todo o mundo, mas não consegui encontrar a árvore.
   - Pois eu a encontrarei - afirmou o príncipe - e não sei o que me impedirá de colher a maçã.
    Disse o gigante:
    - Acreditas que seja fácil? O jardim onde cresce a árvore é rodeado de uma cerca de ferro. Diante dessa cerca há muitas feras de guarda, uma ao lado da outra, que não deixam ninguém entrar.
     - A mim deixarão passar! - disse o filho do rei.
     - Bem; mas embora consigas penetrar no jardim e ver a maça na árvore, não poderás dizer que seja tua. Diante dela pende uma argola, pela qual terás de enfiar a mão, se quiseres colher o fruto, e isso até agora ninguém conseguiu.
    - Pois eu o conseguirei! - disse o príncipe.
    Despediu-se do gigante e atravessou montanhas e vales, campos e bosques até que encontrou o jardim encantando. As feras o rodeavam, de fato, mas estavam  de cabeça entre as patas, dormindo. Não despertaram quando ele chegou e, em vista disso, passou por cima delas, trepou a cerca e saltou para o outro lado. No meio do jardim, crescia a árvore da vida, e as maças pendiam, vermelhas, por entre os galhos. o príncipe subiu pelo tronco e, quando tentou colher uma das frutas, viu que diante dela havia uma argola; ele enfiou a mão, sem dificuldade, e apanhou a maça. A argola, porém, aderiu fortemente a seu braço e o jovem sentiu, de repente, que em suas veias se infundia uma força prodigiosa. Depois de haver descido da árvore com a maça, não quis saltar do jardim, que se abriu com estrondo à primeira sacudida que lhe deu. O jovem saiu por ele. E  o leão que vigiava em frente , despertando com o ruído, seguiu o príncipe,. Mas, em vez de feroz e selvagem, mostrou-se manso e humilde, reconhecendo-o como seu dono.
    O príncipe levou ao gigante a maça prometida e lhe disse:
    - Vês? Eu consegui sem qualquer dificuldade.
     O outro ficou contente ao ver seu desejo satisfeito com tanta rapidez e correu a levar a maça à sua noiva. era uma moça tão bonita como inteligente. Não vendo a argola no braço do noivo, disse-lhe:
    - Só acreditarei que tenhas apanhado, pessoalmente, a maça, quando enxergar a argola em teu braço.
    - É só ir buscá-la em casa, - afirmou o gigante, pensando, porém, que seria fácil arrebatá-la daquele homenzinho franzino, no caso de que se negasse a entregá-la de boa vontade.
     Saiu, pois, à procura do príncipe e pediu que lhe desse a argola. O rapaz, no entanto, negou-se a entregá-la.
    - A maça não vale sem argola, - disse o gigante. - Se não a entregares, terás de lutar comigo.
     E começaram a luta sem que o gigante pudesse vencer ao filho do rei, fortalecido pelo bracelete mágico. O gigante, então, lembrou-se de empregar a astúcia e disse:
    - A luta me fez sentir calor e a ti também. Tomemos um banho no rio para nos refrescarmos antes de recomeçar.
     O príncipe, que não conhecia a falsidade, foi com ele ao rio e, depois de tirar as roupas e também o bracelete, jogou-se à água. Imediatamente o gigante se apoderou do bracelete e fugiu às pressas. Mas o leão, que vira o roubo, saiu atrás dele e lhe arrancou a argola da mão, devolvendo-a seu dono. Diante disso, o gigante resolveu ocultar-se atrás de um carvalho e, enquanto o príncipe se vestia, atacou-o traiçoeiramente e lhe arrancou os olhos.
     E assim, o pobre rapaz ficou cego, sem poder defender-se. Aproximando-se dele, o gigante o tomou pela mão, como se quisesse guiá-lo, e o conduziu ao alto de uma montanha. Ali, deixou-o parado e pensou: " Mais alguns passos e se precipitará no abismo. Depois de morto, tiro-lhe o bracelete." O dedicado leão, porém, não abandonou seu amo e, quando o  príncipe já ia tombar no precipício, abocanhou-lhe a aba do casaco, fazendo-o retroceder aos poucos. Quando apareceu o gigante para despojar o morto, viu que seu ardil fora inútil. " Não haverá um meio de acabar com essa criatura tão frágil? " - disse, irritado, para si mesmo - e conduziu o príncipe novamente ao precipício, só que por outro caminho. O leão, entretanto, adivinhou sua más intenções. Quando se achavam bem perto da borda, o malvado soltou a mão do cego para que seguisse sozinho; mas o leão aproximou-se do gigante e, dando uma investida, precipitou-o no abismo, onde ele caiu e morrei estraçalhado.
      O bom animal retirou seu amo daquele lugar perigoso, conduzindo-o até uma árvore, junto à qual corria um riacho límpido. o príncipe sentou-se à margem e o leão meteu a pata na água e com ela salpicou-lhe o rosto, Mal as gotas tocaram suas órbitas, ele pode enxergar um pouco e notou um passarinho que voava bem perto dele, mas que chocava a todo instante numa ou noutra árvore. Subitamente, a ave baixou sobre as águas do riacho, indo banhar-se nelas; depois alçou-se num rápido voo, passando entre as árvore, desta vez sem tocá-la, como se houvesse recuperado a visão. o príncipe compreendeu a indicação de Deus. desceu até a água, e, abaixando-se, banhou o rosto. Quando tornou a levantar-se havia recuperado completamente a visão e estava com os olhos mais límpido e claros do que antes.
     O jovem agradeceu a Deus a grande graça recebida e, seguido pelo dedicado leão, retomou seu caminho. Certo dia, chegou ante um palácio encantando. Na porta de entrada achava-se, de pé, uma jovem esbelta e linda, mas de pele completamente negra.
    Dirigindo-se ao príncipe, disse-lhe:
     - Ah, se pudesse salvar-me deste feitiço horrível!
    - Que devo fazer? - indagou o filho do rei.
    - Terias de passar três noite no salão deste palácio encantado, - respondeu ela, - mas sem deixar que o medo se apodere de ti. Irão maltratar-te da pior maneira possível, mas se resistires sem soltar um grito, ficarei livre. A vida, não te poderão tirar.
     Disse, então, o príncipe:
    - Não tenho medo. tentarei a prova com  a ajuda de Deus.
    Entrou, alegremente, no castelo e, ao chegar a noite, instalou-se no salão, onde ficou aguardando. Até a meia-noite, reinou absoluto silêncio, mas, logo depois, ouviu-se um grande estrondo e de todos os cantos saíram pequenos diabos. Fazendo como se não o tivessem visto, sentaram-se a um canto da sala, acenderam fogo e começaram a jogar, De repente, um deles exclamou:
    - Há qualquer coisa de errado aqui: está alguém nesta sala que não pertence ao nosso meio e que  tem a culpa de eu estar perdendo.
    - Oh, tu que estás aí atrás da lareira! Espera que já vou te buscar-te!
     Começaram um gritaria que ia aumentando e chegou a tal ponto que ninguém a teria ouvido sem se assistar. mas o príncipe continuou sentado tranquilamente, não sentindo nenhum medo. por fim os diabos ergueram-se de um salto e investiram contra ele em tão grande número que não pode defender-se. arrastaram-no pelo chão; deram-lhe alfinetadas; bateram-lhe e o atormentaram de mil modos; o rapaz, porém, aguentou tudo sem um só gemido. De madrugada, o bando desapareceu,d eixando-o tão exausto que mal podia mover os membros. Quando o dia despontou, a moça negra entrou na sala comum frasquinho nas mãos e que continha água da vida. Com ela lavo-o e imediatamente sentiu uma força nova circulava em suas veias.
    Disse a moça:
    - Resististe bem uma noite, MAS ainda te restam duas.
    Depois afastou-se e o rapaz viu, então, que os pés da jovem se haviam tornado brancos. na noite seguinte os demônios recomeçaram o seu jogo. lançaram-se ao príncipe e o maltrataram mais cruelmente ainda que na véspera, de tal  modo que o deixaram com o corpo cheio de feridas. Como, no entanto, ele resistisse a tudo silenciosamente, tiveram de deixá-lo em paz e, ao clarear do dia apareceu de novo a moça com água da vida, que o curou no mesmo instante. E, quando ela se retirou, o príncipe viu, com grande alegria, que a pele da jovem se tornara branca até a ponta dos dedos.
     Restava-lhe, ainda, uma noite de tormentos e esta foia pior. Os fantasmas diabólicos tornaram a aparecer.
    - Ainda estás aqui? - gritaram. - Pois vais ser surrado até que percas o fôlego.
     E eles o arrastaram, bateram-lhe e o atiraram de um lado para outro, puxando-lhe os braços e pernas como para arrancá-los o príncipe sofreu tudo sem dar um só frito. finalmente, os diabos desapareceram, deixando-o sem sentidos, como morto. Nem sequer pode levantar os olhos quando a moça veio com água da vida e o borrifou e lavou. De súbito, o jovem sentiu-se livre de todas as dores, parecendo-lhe ter despertado de um sonho. Quando abriu os olhos, viu junto de si a moça, branca como a neve e bela como a luz do dia.
    - Levanta-te, - disse ela. _ agita a tua espada três vezes em cima da escadaria e tudo neste castelo ficará desencantado.
       Feito o que, o palácio inteiro ficou livre do feitiço e a moça voltou a ser a princesa que era, muito linda e muito rica. entrou a criadagem para anunciar que a mesa estava posta no salão e servido banquete. Todos comeram e beberam e, naquela mesma noite, celebrou-se o casamento de ambos em meio da alegria geral. FIM



Traduzido para o Inglês  Google tradutor  

O PRINCE THAT HAD NO FEAR - GRIMM TALES

It was once the son of a king, but I was tired of living in idleness in his father's palace. How did not know what fear was, he thought, "I'll go out this change in outside so will not bother me as here and, over time, will have the opportunity to see wonderful things.."
   He took leave of his father and left. I walked from morning to night without worrying where the led the way. Thus, it was to the home of a giant and was tired, sat by the door to rest. Looking around, he discovered a jackpot game in the courtyard, but the balls and sticks were the size of a man. Made her want to try the game and putting the sticks in position, he began to shoot the balls, dropping cries of joy every time acertava. And so fun to be worth. Before long, the giant heard the din and looking out the window, he saw the little man who, not being greater than his kind, could shoot as big balls.
     - Worm! - shouted. - How dare you play these balls? Where did you get all your strength?
    The prince raised his head and giving his eyes on the giant replied,
    - O brutes, do you think that only you have power? I do everything that makes me want!
     The giant came down and stood watching for some time, admired the prince of the game.
     - Little man, - he said - if you can of what you say, go get me one of the apples of the tree of life.
    - And for that you want? - Asked the prince -
     - Not for me, - said the giant - but I have a bride who want to possess it. I walked almost the whole world, but could not find the tree.
   - Well, I'll meet you - said the prince - and do not know what will prevent me spoon the apple.
    the giant said:
    - Do you believe that's easy? The garden where grows the tree is surrounded by an iron fence. Given this about there are many guard beasts, one beside the other, do not let anybody in.
     - To me leave pass! - Said the king's son.
     - Good; but although consigas enter the garden and see the apple on the tree, you can not say that it is yours. Before it hangs a ring, in which you have to stick your hand if you want to reap the fruit, and that so far no one has succeeded.
    - Well I'll get! - Said the prince.
    He fired up the giant and crossed mountains and valleys, fields and woods until he found the garden charming. The beasts around him, in fact, but they were head between his paws, sleeping. They not aroused when he arrived and, in view of this, went over them, climbed the fence and jumped to the other side. In the midst of the garden, grew the tree of life, and apples hung, red, through the branches. Prince went up the trunk and, when he tried to pluck a fruit, she saw before her was a ring; he put his hand without difficulty, and picked up the mace. The ring, however, strongly adhered to his arm and the young man felt suddenly that in his veins instilled a prodigious strength. After having taken down from the tree with the club, I did not want to jump the garden, which opened with a bang the first jolt that gave him. The young man left for him. And the lion watched ahead, awakening with noise, followed the prince ,. But instead of fierce and wild, it proved to be meek and humble, recognizing it as its owner.
    The prince took the giant promised the club and said:
    - Do you see? I managed without any difficulty.
     The other was pleased to see his wish fulfilled so quickly and ran to take the mace to his bride. It was such a pretty girl as intelligent. Not seeing the ring on the groom's arm, I said to him:
    - Just I believe that you have picked up personally the mace when seeing the ring on your arm.
    - Just go get it at home, - he said the giant, thinking, however, it would be easy to pluck her from that skinny little man, if it refused to hand it over willingly.
     So she went in search of the prince and asked to give him the ring. The boy, however, refused to give it.
    - The apple is not worth without ring - said the giant. - If you do not deliver, you'll have to fight me.
     And they began to fight without the giant could win the king's son, strengthened by the magical bracelet. The giant then remembered to employ cunning and said:
    - The fight made me feel warm and you too. Take a bath in the river to freshen us before resuming.
     The prince, who did not know falsehood, went with him to the river and, after taking the clothes and also the bracelet, threw himself into the water. Immediately the giant seized the bracelet and fled in a hurry. But the lion, who had seen the theft, came behind him and snatched his hand the ring and return it to its owner. Thus, the giant decided to hide behind an oak tree, and while the prince was dressed, treacherously attacked him and tore his eyes.
     And so the poor guy was blind, unable to defend themselves. Approaching him, the giant took him by the hand, as if to guide him, and led him to the top of a mountain. Ali, left him standing, and thought, ". A few more steps and precipitate into the abyss After dead, shot him the bracelet." The dedicated Lion, however, did not abandon his master, and when the prince was about to fall over the cliff, grabbed his coat flap, making it back slowly. When the giant came to strip the dead, he saw that his ruse was useless. "There will be a way to end this fragile creature?" - He said angrily to himself - and led the prince back to the cliff, only the other way. The lion, however, guessed his evil intentions. When they were very close to the edge, the evil released the man's hand to follow him alone; but the lion approached the giant, giving an assault, he rushed into the abyss, where he fell and shattered Perish.
      The good animal withdrew his master of that dangerous place, leading him to a tree, beside which ran a clear stream. Prince sat on the sidelines and the lion put his paw in the water and she splashed her face, barely drops touched their orbits, he can see a little and noticed a bird flying close to it, but that shocked the every moment one or another tree. Suddenly, the bird fell on the stream of water, going to bathe in them; then lifted in a quick flight, passing between the tree, this time without touching it, as if recovered vision. Prince understood the statement of God. went down to the water, and, stooping down, he bathed his face. When he get up he had completely recovered the vision and was the most limpid and clear eyes than before.
     The young man thanked God for the great grace received and followed by dedicated Lion, resumed his way. One day, came before an enchanted palace. At the gateway thought up, standing, a young slender and beautiful, but completely black skin.
    Addressing the prince said to him:
     - Oh, if you could save me from this horrible spell!
    - What should I do? - Asked the king's son.
    - You'd have to spend three night in the hall of this enchanted palace, - she said - but without letting fear take hold of you. Will mistreat you in the worst way, but if you resist and hold a cry, I'll be free. Life, not can they take.
     Then said the prince:
    - I'm not afraid. I try the test with the help of God.
    Joined cheerfully in the castle and on arriving the night, he settled in the hall, where he was waiting. Until midnight reigned absolute silence, but soon after, there was a loud bang and every corner came little devils. Doing as if they had not seen him, sat at a corner of the room, lit the fire and began to play, Suddenly, one of them exclaimed:
    - Is there anything wrong here: is anyone in this room that does not belong to our environment and to blame that I'm missing.
    - Oh, you who are there behind the fireplace! Wait I'll ever pick you up!
     They got a scream that was increasing and reached such a point that no one would have heard without assistar. but Prince sat quietly, feeling no fear. finally the hell lifted to his feet and invested against him in such large numbers that can not defend themselves. They dragged him across the floor; They gave her pinpricks; They beat him and tormented him in a thousand ways; The boy, however, withstood all without a single groan. At dawn, the band disappeared, d eixando him so exhausted that he could hardly move his limbs. When the day broke, the black girl came into the common room vial in hands and contained water of life. With her wash it and immediately felt a new strength flowed through his veins.
    Said the girl:
    - Withstood well one night, BUT still left you two.
    Then he pulled up and saw the boy, so that the feet of the young man had become white. the next night the devils resumed their game. released to the prince and the more cruelly mistreated even the day before, so that the left with the body full of wounds. Since, however, he resisted all silently, had to leave him alone, and to brighten the day appeared again the girl with water of life that healed him instantly. And when she left, the prince saw with great joy that the young skin become white to the tips of fingers.
     That left him also a night of torment and this foia worse. The fiendish ghosts made to appear.
    - Are you still here? - They shouted. - For you will be beaten until they lose their breath.
     And they dragged him, beat him and threw him from side to side, pulling her arms and legs and to uproot them the prince suffered all without giving one fried. finally, the devils vanished, leaving him unconscious, dead. You can not even raise his eyes when the girl came with living water and sprinkled and washed. Suddenly, the young man felt free from all pain, like you have awakened from a dream. When he opened his eyes, he saw beside him the girl, white as snow and beautiful as daylight.
    - Get up, - she said. _ Excites your sword three times over the stairs and everything in this castle will be disenchanted.
       Done that, the whole palace was free of the spell and the girl returned to the princess who was very beautiful and very rich. He entered the servants to announce that the table was set in the lounge and served banquet. We all ate and drank, and that night, celebrated the marriage of both in the midst of the general joy. END
Google Tradutor para empresas:Google Toolkit de tradução para appsTradutor de sitesGlobal Market Finder

quinta-feira, 9 de junho de 2016

OS TRÊS IRMÃOS - CONTOS DE GRIMM

       Certo homem tinha três filhos e sua fortuna consistia, apenas, na casa onde moravam. Cada um dos rapazes teria gostado de a herdar após a morte do pai. Mas o bom velho, que amava a todos eles de igual maneira, não sabia como agir para satisfazer aos três. Também não estava disposto a vender a casa, pois havia pertencido a seus antepassados e devia continuar com a família. Se não fosse isso, ele a teria vendido e distribuído o dinheiro entre os rapazes, ocorreu-lhe, por fim, uma solução. Disse aos filhos:
      - Saiam pelo mundo afora e que cada qual aprenda um ofício. Quando regressarem, darei a casa àquele que demonstrar maior habilidade em sua profissão.
     Os filhos concordam e o mais velho resolveu ser ferrador; o segundo, barbeiro; e o último, mestre de esgrima. Depois combinaram a data em que voltariam para casa e, feito isso, partiu cada um para o seu lado. Tiveram a sorte de encontrar bons mestre e os três se tornaram excelentes profissionais. o ferrador chegou a ferrar os cavalos do rei e isso o fez pensar: "Já não há dúvida de que a casa será minha." O barbeiro tinha entre sua freguesia as mais distintas personagens estava também, seguro de ser o herdeiro. Quanto ao esgrimista, apanhou muitos golpes, mas cerrava os dentes e não se aborrecia. " Se temes um golpe, nunca terás a casa", - pensava ele.
    Transcorrido o tempo combinado, voltaram os três à casa de seu pai. mas não achavam uma oportunidade para demonstrarem a sua arte. enquanto discutiam sobre o caso, viram um coelho que vinha correndo pelo campo em sua direção.
     - Vejam! - disse o barbeiro. - Este vem como que chamado!
     E, tomando a bacia e o salão, foi preparando a espuma enquanto o coelho se aproximava. Depois, ensaboou-o em plena carreira e lhe fez a barba sem feri-lo ou causar-lhe o menor dano.
     - Gostei de ver! - exclamou o pai. - Se teus irmãos não se esforçarem muito, a casa será tua.
     Pouco depois, aproximava-se um senhor numa carruagem, a toda a velocidade.
   - Pai, agora irás ver do que sou capaz! - disse o ferrador.
    Correu atrás do carro; arrancou as quatro ferraduras do cavalo que ia a galope e lhe pôs outras novas, tudo em plena corrida.
    - Muito bem! - exclamou o pai. - Estás à altura de teu irmão. Não sei a quem deixar a casa.
     Disse, então, o terceiro:
    - Pai, espera que te mostre minha habilidade.
    E como começasse a chover, o rapaz tirou o florete e se pôs a esgrimir sobre a sua cabeça com tal agilidade que não lhe caiu nenhuma gota de água em cima. A chuva foi aumentando a ponto de tornar-se torrencial. Ele, porém, manejava o florete com velocidade cada vez maior e, no final de tudo, se achava tão enxuto como se estivesse embaixo do telhado.
    Vendo aquilo, o pai não pode conter sua admiração e exclamou:
     - Demonstraste maior habilidade! A casa é tua!
    Os outros dois se conformaram, de acordo com o que haviam prometido antes e, como se estimassem muito, continuaram vivendo juntos na casa, exercendo cada  qual o seu ofício. E, diante do fato de serem tão bons mestres, ganharam muito dinheiro e viveram felizes até a velhice. Quando o mais velho adoeceu, vindo a morrer, os outros dois sentiram um pesar tão grande que ficaram também doentes, não tardando a falecer. como haviam sido tão hábeis em seus ofícios e se tinham querido tanto, foram enterrados os três na mesma sepultura. FIM
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

The Three Brothers - Tales of Grimm (translated by Google)

A man had three children and his fortune consisted only in the house where they lived. Each of the boys would have liked to inherit after his father's death. But the good old man, who loved them all equally, did not know how to act to meet the three. was also not willing to sell the house, he had belonged to his ancestors and was to continue with the family. Without it, he would have sold and distributed the money among boys, it occurred to him, finally a solution. He told the children:
      - Get out into the world and that each learn a trade. When you return, I give the house to him to demonstrate greater skill in their profession.
     The children agree and older be decided farrier; the second, barber; and the last, fencing master. Then combined the date return home and done, departed each to his side. They were lucky enough to find good teacher and the three have become excellent professionals. the farrier came to shoe the king's horses and it made him think ". There is no more doubt that the house will be my" The barber had among its most distinctive characters parish was also sure to be the heir. As for the fencer, he took many blows, but gritted his teeth and not bored. "If you fear a coup, you will never have the house" - he thought.
    The combined elapsed time, returned the three to his father's house. And they could not find an opportunity to show their art. while discussing about the case, they saw a rabbit came running across the field toward him.
     - Look! - Said the barber. - This comes as we called!
     And I took the bowl and the hall was preparing the foam while the rabbit approached. Then she soaped him in full career and made his beard and struck him or cause him the least harm.
     - I liked to see! - Said the father. - If your brothers do not strive much, the house will be yours.
     Shortly thereafter, he approached a man in a chariot at full speed.
   - Father, now you will see what I can do! - Said the farrier.
    He ran behind the car; plucked the four horseshoes horse that was galloping and put him new ones, all in full race.
    - Very well! - Said the father. - Are you up to your brother. I do not know whom to leave the house.
     Then said the third:
    - Father, waiting to show you my ability.
    And as the rain started, the boy took the rapier and began to wield over his head with such agility that did not fall it not a drop of water on top. The rain was increasing to the point of becoming torrential. But he handled the rapier with increasing speed and, at the end of it all, he was as lean as if under the roof.
    Seeing this, the father can not contain his admiration and exclaimed:
     - Showed greater skill! The house is yours!
    The other two have settled, according to what they had promised before, and as much estimate, continued to live together in the house, exercising each his craft. And, given the fact they are so good teachers, a lot of money and they lived happily until old age. When the elder fell ill and died, the other two felt a regret so great that they were too sick, not tarrying died. as they had been so adept at their offices and had loved so much, the three were buried in the same grave. END
Google Tradutor para empresas:Google Toolkit de tradução para appsTradutor de sitesGlobal Market Finde

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------



Un hombre tenía tres hijos y su fortuna consistía sólo en la casa donde vivían. Cada uno de los chicos le hubiera gustado a heredar después de la muerte de su padre. Pero el buen viejo, que los amaba a todos por igual, no sabía cómo actuar para cumplir con los tres. También no estaba dispuesto a vender la casa, que había pertenecido a sus antepasados ​​y era continuar con la familia. Sin ella, no habría vendido y distribuido el dinero entre los varones, se le ocurrió, por último, una solución. Él dijo a los niños:
      - Salir en el mundo y que cada aprender un oficio. Cuando regresa, le doy la casa para demostrar una mayor habilidad en su profesión.
     Los niños están de acuerdo y mayores serán decididos herrador; la segunda, barbero; y el último, maestro de esgrima. A continuación, se combina la fecha de regreso a casa y hecho, partieron cada uno a su lado. Ellos tuvieron la suerte de encontrar un buen maestro y los tres se han convertido en excelentes profesionales. el herrador llegó a herrar caballos del rey y le hizo pensar ". Ya no hay duda de que la casa va a ser mi" El barbero tenía entre sus personajes más distintivo parroquia también estaba seguro de ser el heredero. En cuanto a la esgrimista, tomó muchos golpes, pero apretó los dientes y no aburrido. "Si tiene miedo de un golpe de estado, que nunca tendrá la casa" - pensó.
    El tiempo transcurrido combinado, regresó a los tres a la casa de su padre. Y no pudieron encontrar una oportunidad para mostrar su arte. mientras se discute sobre el caso, que veían un conejo vino corriendo a través del campo hacia él.
     - ¡Mira! - Dijo el barbero. - Esto viene como lo llamamos!
     Y tomé el cuenco y la sala estaba preparando la espuma, mientras que el conejo se acercó. Entonces ella le enjabonó en plena carrera e hizo su barba y él o causarle el menor daño golpeó.
     - Me gusta ver! - Dijo el padre. - Si sus hermanos no se esfuerzan mucho, la casa será suya.
     Poco después, se acercó a un hombre en un carro a toda velocidad.
   - Padre, ahora vas a ver lo que puedo hacer! - Dijo el herrador.
    Corrió detrás del coche; arrancado el caballo cuatro herraduras que galopaba y lo puso otros nuevos, todo ello en plena carrera.
    - ¡Muy bien! - Dijo el padre. - ¿Estás preparado a su hermano. No sé quién dejar la casa.
     Entonces dijo el tercero:
    - Padre, esperando para mostrar mi capacidad.
    Y como comenzó la lluvia, el muchacho tomó la espada y comenzó a ejercer sobre la cabeza con tal agilidad que no cayeron no una gota de agua en la parte superior. La lluvia fue en aumento hasta el punto de llegar a ser torrenciales. Pero él manejó la espada con el aumento de la velocidad y, al final de todo, él era tan delgado como si estuviera bajo el techo.
    Al ver esto, el padre no puede contener su admiración y exclamó:
     - Mostraron una mayor habilidad! La casa es suya!
    Los otros dos se han establecido, de acuerdo con lo que habían prometido antes, y lo más estimado, seguido viviendo juntos en la casa, el ejercicio de cada uno su oficio. Y, dado el hecho de que son tan buenos maestros, una gran cantidad de dinero y vivieron felices hasta la vejez. Cuando el anciano cayó enfermo y murió, los otros dos se sentían un pesar tan grande que estaban demasiado enfermos, no murieron tardanza. como lo habían sido tan expertos en sus oficinas y se habían amado tanto, los tres fueron enterrados en la misma tumba. FIN


A VELHA DO BOSQUE - CONTOS DE GRIMM

    Um dia uma pobre criadinha ia atravessando uma floresta com seus patrões. Quando chegaram ao ponto onde a mata era mais cerrada, apareceram uns bandidos que mataram a todos, menos a moça. Assustada, ela saltara do carro  e se ocultara atrás de  uma árvore. depois que os criminosos se afastaram com o roubo, a pobrezinha saiu do seu esconderijo e viu, então, toda aquela desgraça. Chorou, amargamente, exclamando
     - Pobre de mim, que farei agora? Não sei como sair desta floresta onde não há um ser humano. Vou morrer de fome!
      Andou vagueando de um lado para outro. tanto assim que se perdeu e, por mais que procurasse, não pode acertar o caminho. Ao anoitecer, sentou-se ao  pé de uma árvore e encomendou-se a Deus, resolvida a ficar ali acontecesse o que acontecesse. Passado algum tempo chegou, voando, uma pombinha branca que tinha no bico uma pequena chave de ouro. Colocando-a em sua mão, dizendo-lhe:
     - Estás vendo aquela árvore grande ali? Tem uma  fechadura que abrirás com esta chavezinha. Lá dentro vais encontrar alimento bastante; assim não terás de passar fome.
    A jovem foi até a árvore, e abrindo-a, encontrou uma tigela cheia de leite e pão branco para comer à vontade. Uma vez satisfeita, disse:
    - Está na hora em que as galinhas, lá em casa, sobem ao poleiro para dormir. Sinto-me tão cansada! Ah, se eu pudesse, também, deitar-me em minha cama!
      De repente, a pombinha voltou com mais uma chave de ouro no bico.
     - Abre aquela árvore, - disse-lhe. - Encontrarás nela uma cama.
      De fato, ao abri-la, viu uma bela caminha, bem macia. A jovem rezou, pedindo a Deus que a guardasse durante  a noite e depois deitou-se a dormir. Na manhã seguinte a pombinha apareceu, de novo e, pela terceira vez, lhe disse:
     - Abre aquela árvore ali e encontrarás roupas.
     Seguindo a indicação, a moça viu vestidos magníficos, adornos de ouro e pedrarias, como nem uma princesa as possui. e a jovem viveu ali uma temporada, sendo que a pombinha se apresentava todos os dias para atender suas necessidades. Era uma vida boa e tranquila.
      Mas um dia a avezinha perguntou-lhe:
    - Queres fazer-me um favor?
    - Com imenso prazer, - respondeu a jovem.
    Disse-lhe, então, a avezinha:
   - Vou levar-te a uma casa bem pequenina. Ali entrarás. Junto ao fogão estará sentada uma velha que te dirá: " Bom dia! " Mas não lhe respondas de modo algum, seja qual for a sua atitude. Dirige-te para o lado direito dela, onde há uma porta. Abre-a e estarás numa sala com uma mesa sobre a qual verás anéis de todas as espécies. Alguns são magníficos, com cintilantes e pedras preciosas, que deves deixar onde estão. Mas procura um anel muito simples que está entre eles. Esse, deverás trazê-lo aqui o mais depressa possível.
      A jovem foi até a casinha e entrou. Ali estava a velha que, ao vê-la, arregalou os olhos e logo disse:
    - Bom dia, minha filha!
     Mas a moça não lhe respondeu e dirigiu-se à porta.
     - Aonde vais? - perguntou a velha, segurando-a pelo vestido. - Está é minha casa e nela ninguém entra sem minha permissão.
    Mas a jovem não respondeu e, libertando-se da velha, entrou na sala. Sobre a mesa havia grande quantidade de anéis que fulguravam ante seus olhos. Remexeu-os, à procura do anel mais simples e modesto, mas não conseguiu encontrá-lo. Nisto, viu a velha que ia levando uma gaiola. Correu e tirou-a de suas mãos. Dentro achava-se um pássaro, o qual trazia no bico o anel que ela procurava. apoderou-se dele e apressou-se a sair da casa, pensando que a pombinha logo viria buscar o anel. Mas isso não aconteceu. Apoiou-se, então, numa árvore, disposta a esperar a chegada da pomba  e, enquanto aguardava, pareceu-lhe que a árvore se mexia, tornado-se flexível e abaixando a ramagem. De repente, os galhos lhe cingiram o corpo e se transformaram em dois braços. Voltando-se, ela viu que a árvore era um belo jovem que, beijando-a, lhe disse:
    - Tu me salvaste e me libertaste do poder da velha, que é uma bruxa malvada. ela me havia transformado em árvore e todos os dias me convertia, por duas horas, numa pomba branca. e eu não podia voltar à forma humana enquanto ela estivesse de posse do anel.
      Ao mesmo tempo, quebrou-se o feitiço dos seus criados e cavalos, que tinham sido, igualmente , transformados em árvores. Juntos, partiram para o seu reino, pois o rapaz era o filho de um rei. Ali a criadinha e o príncipe se casaram e viveram muito felizes. FIM
 
      OLD GROVE - GRIMM TALES


One day a poor criadinha was passing through a forest with their bosses. When they reached the point where the forest was more tight, they appeared bandits who killed all but the girl. Startled, she jumped out of the car and concealed behind a tree. after criminals walked away with the theft, the poor thing out of its hiding place and saw then, all that misery. She wept bitterly, exclaiming
     - Poor me, what shall I do now? I do not know how to get out of this forest where there is not a human being. I'll starve!
      He walked wandering from side to side. so much has been lost, and more than sought, can not hit the road. At dusk, he sat at the foot of a tree and ordered to God, determined to stay there no matter what. After a while came flying a white dove that had in its beak a tiny golden key. Placing it in his hand, telling him:
     - Do you see that big tree over there? It has a lock that you'll open with this little key. Inside you will find enough food; so you will not have to go hungry.
    The young man went to the tree and opening it, found a bowl full of milk and white bread to eat at will. Once satisfied, he said:
    - It's time for the chickens, at home, they go to roost to sleep. I'm so tired! Ah, if I could also lie down on my bed!
      Suddenly, the dove returned with another golden key in its beak.
     - Open the tree, - told him. - You will find her a bed.
      In fact, when I opened it, he saw a beautiful walk and soft. She prayed, asking God that kept overnight and then lay down to sleep. The next morning the dove came again and for the third time, said:
     - Open that tree there, and find clothes.
     Following the statement, the girl saw magnificent dresses, gold ornaments and precious stones, as not a princess owns them. and the girl lived there a season, and the dove is presented every day to meet your needs. It was a good and peaceful life.
      But one day the little bird asked him:
    - Would you do me a favor?
    - With great pleasure, - said the girl.
    I told him then the little bird:
   - I'll take you to a good little house. Ali come in. Next to an old stove is sitting that will tell you: "Good morning" but not answer him in any way, whatever your attitude. Head over to the right side of it, where there is a door. Open it and you'll be in a room with a table on which you will see rings of all kinds. Some are magnificent, with shimmering and precious stones, you should leave where they are. But looking for a very simple ring that is among them. This, you should bring it here as soon as possible.
      The young man went to the house and entered. Here was the old woman who, seeing her, opened his eyes, then he said:
    - Good morning my daughter!
     But she did not answer him and went to the door.
     - Where are you going? - He asked the old woman, holding her by the dress. - This is my house and it no one enters without my permission.
    But the young man did not answer, and getting rid of the old, he entered the room. On the table there was loads of rings that glittered before his eyes. Rummaged through them, looking for the most simple and modest ring, but could not find it. He saw the old woman who was carrying a cage. He ran and took it out of his hands. Inside thought was a bird, which brought in its beak the ring she wanted. She took hold of him and rushed out of the house, thinking that the dove would soon get the ring. But it did not. He leaned then a tree, willing to wait for the arrival of the dove and, while waiting, it seemed that the tree moved, become flexible and lowering the branches. Suddenly the branches girded her body and turned into two arms. Turning, she saw that the tree was a handsome young man, kissing her, she said:
    - You saved me and set me free from the old power, which is an evil witch. she had me turned into tree and everyday converted me for two hours, a white dove. and I could not go back to human form while she was ring possession.
      At the same time, the spell broke up their raised and horses, which were also transformed into trees. Together, they set out for his kingdom, because the boy was the son of a king. Ali criadinha and the prince married and lived very happy. END
Google Tradutor para empresas:Google Toolkit de tradução para appsTradutor de sitesGlobal Market Finder

A SALADA MÁGICA - CONTOS DE GRIMM

    Era uma vez um jovem que saiu um dia a caçar. Sentia-se feliz e despreocupado e, enquanto caminhava, ia assobiando uma canção. Nisto, encontrou-se com uma velhinha, muito feia, que se dirigiu a ele:
     - Bom dia, querido caçador! Vejo que estás alegre e satisfeito, enquanto eu sinto fome e sede. Dá-me uma esmola.
    O caçador teve pena da velhinha; meteu a mão no bolso e deu o que lhe permitiam suas posses. Depois quis continuar seu caminho, mas a velha o deteve, dizendo-lhe:
    - Ouve, meu caçador, o que tenho a dizer-te. possuis um coração generoso e por isso vou te dar uma recompensa. Segue adiante e chegarás a uma árvore onde estarão pousadas noves aves que seguram nas garras uma capa e brigam por sua posse. Aponta-lhes a espingarda e atira no bando; soltarão a capa, e uma das aves cairá morta. Apanha a capa e leva-a contigo, pois trara-se de uma veste mágica. Quando a puseres nos ombros é só pedir que te transporte ao lugar que desejares e no mesmo instante lá estarás. Retira, depois , o coração da ave morta e engole-o inteiro. Daí em diante, ao te levantares pela manhã, encontrarás, sempre, uma moeda de ouro embaixo do travesseiro.
   O caçador agradeceu à velinha, pensando com seus botões: " Belas coisas me prometeu, com a condição de que tudo seja verdade..."
    Mas, depois de andar uns cem passos, ouviu gritos e pios de aves, tão fortes que o fizeram erguer a cabeça. Avistou um bando de pássaros que puxaram, com as garras e os bicos, uma capa e brigavam como se cada um estivesse disputando a sua posse.
    - Estranho! - exclamou o caçador. - Parece que está acontecendo o que me disse a velhinha.
    Tirou a espingarda dos ombros, fez pontaria e disparou a arma no meio do bando, fazendo com que penas voassem. imediatamente os pássaros fugiram, menos um, que caiu morto no chão, com ele despencando também, a capa. O caçador fez, então, como lhe dissera a velha; abriu o corpo da ave, procurou o coração e o engoliu inteiro, Depois apanhou a capa e voltou para casa.
     Quando acordou na manhã seguinte, lembou-se da promessa e quis certificar-se da verdade. Levantou o travesseiro e eis que ... ali estava, rebrilhando, a moeda de ouro. Desse dia em diante, todas as manhãs encontrava uma ao levantar-se. Juntou um montão de dinheiro, mas por fim, acabou pensando: " Que me adianta todo o meu ouro se fico em casa? Vou sair a correr mundo."
     Despediu-se dos pais, apanhou a mochila de caçador, a sua espingarda e partiu.
    Certo dia chegou a bosque espesso e, depois de o atravessar, avistou, na planície à sua frente, um grande castelo. Numa das suas janelas debruçava-se uma velha acompanhada de lindíssima jovem. Essa velha, que era bruxa, disse para a moça:
    - Lá no bosque vem saindo um rapaz que traz consigo um tesouro maravilhoso. temos de nos apossar dele, filhinha querida. Nós o merecemos mais do que esse pateta. Um dia engoliu o coração de um pássaro encantando e, por isso, todas as manhãs encontra uma moeda de ouro embaixo do travesseiro.
    A seguir, recomendou à moça o que esta devia fazer e, com um olhar ameaçador, avisou-lhe:
   - Se não me obedeceres, vais arrepender-te.
    Quando o caçador se aproximou e viu a jovem, pensou: " Já faz muito tempo que ando caminhando por aí. Agora vou entrar nesse belo palácio para descansar. Dinheiro, tenho que chegue. " Mas o verdadeiro motivo desse resolução era o de se haver enamorado da moça.
     Entrou no castelo e foi recebido amavelmente e atendido com toda a cortesia. pouco depois, estava tão apaixonado pela moça que já não pensava mais noutra coisa e só tinha olhos para ela. Assim, de boa vontade ia fazendo tudo o que ela exigia. A velha, então, disse:
    - Agora temos de nos apossar do coração da ave. Ele não notará sua falta.
     Começou a preparar uma bebida e, depois de pronta, encheu com ela um cálice, que deu à jovem para que o oferecesse ao caçador. Disse-lhe, a moça:
     - Meu querido, bebe à minha saúde!
     Ele pegou o cálice e, mal havia acabado de beber, o coração da ave lhe saltou da boca. A jovem o apanhou à escondida e depois o engoliu, pois a velha assim lhe ordenara. Daí por adiante o caçador não achou mais a moeda de ouro embaixo do travesseiro; em vez de aparecer ali, surgia agora sob o travesseiro da moça, de onde a velha a recolhia todas as manhãs. O rapaz, porém, estava tão apaixonado e cego que nada mais pensava senão em estar ao lado de sua querida.
     Um dia a velha feiticeira disse:
     - Agora que temos o coração do pássaro, devemos tirar-lhe, também, o manto mágico:
    Respondeu-lhe a moça:
   - Deixemo-lo com ele; já basta ter perdido a sua fortuna.
    Mas a velha retrucou, furiosa:
     - Um manto desses é uma coisa maravilhosa e muito rara no mundo. eu quero e hei de obtê-lo.
    Deu as instruções à filha, ameaçando-a  de que, se não lhe obedecesse, seria castigada. Diante disso, a moça resolveu cumprir a ordem e um dia pôs-se à janela, fingindo  olhar à distância, com um ar tristonho.
   - Por que estás tão triste? - perguntou-lhe o caçador.
    - Ora, meu bem, - respondeu ela, - ali em frente está o Morro dos Rubis, onde há as mais belas pedras preciosas do mundo. Tenho tanta vontade de possuir alguma que fico triste só de pensar nelas. Mas...como chegar lá? Isto só podem as aves que sabem voar; uma pessoa jamais o conseguiria.
    - Se é esse o motivo da tua tristeza, - disse o caçador, - logo te alegrarei o coração.
     Cobriu-a com sua capa e desejou ser transportado com a moça ao Morro dos Rubis. No mesmo instante ambos se encontraram no lugar desejado. Ali havia pedras preciosas por toda parte, refulgindo que dava gosto ver. Escolheram e juntaram o que havia de mais valioso e bonito. Acontece, porém, que a velha, usando de sua arte diabólica, fizera com que o caçador sentisse os olhos pesados de sono. Por isso ele disse à jovem:
    - Sentemo-nos um pouco para descansar. Sinto-me tão fatigado que mal consigo estar de pé.
    Os dois sentaram-se e ele, deitando a cabeça no colo da moça, adormeceu. Em seguida ela tirou-lhe o manto dos ombros, colocou-o nos seus e, recolhendo as pedras preciosas, desejou-se de volta à sua casa.
    Ao despertar, o caçador viu que sua amada o havia traído, deixando-o sozinho naquela montanha deserta. Aflito, exclamou:
    - Oh, quanta falsidade há neste mundo!
    Durante  muito tempo ficou ali sentado, triste, cheio de preocupações e sem atinar com o que deveria fazer. A montanha pertencia a uns gigantes selvagens que ali viviam. Não demorou muito, viu três deles se aproximarem. Deitou-se no chão como se estivesse ferrado no sono. quando chegaram os giganteS, o primeiro tocou-o com o pé e disse:
   - Que espécie de verme é esse?
   Disse o segundo:
   - Esmaga-o com teu pé.
   O terceiro, porém, falou em tom de desprezo.
   - Não vale a pena. Deixem-no viver. Aqui não poderá ficar e,  se subir até o cume, as nuvens o carregarão.
   Dito isto, seguiram adiante. O caçador, no entanto prestara muita atenção às suas palavra e, assim que se haviam afastado, levantou-se e subiu até o topo da montanha. Depois de estar sentado ali um momento, veio uma nuvem, flutuando, que o apanhou e por alguns instantes o conduziu pelo céu em fora; a seguir, baixou sobre uma horta, cercada de um muro. Ali foi ele depositado, suavemente, no meio de couves e outras verduras.
    O caçador olhou em redor e falou para si mesmo:
   - Se ao menos tivesse algo para comer. Estou faminto e assim não posso continuar andando. Não vejo uma triste maça, pera ou outra fruta qualquer; só há hortaliças.
    Finalmente lhe ocorreu uma ideia: " Em último caso"- pensou - " posso comer dessa alface; não é lá uma delícia, mas me fortificará um pouco".
    Escolheu um pé e começou a comer as folhas tenras. Mal, porém, havia engolido uns bocados, sentiu uma sensação estranha, como se seu corpo estivesse se modificado. Cresceram-lhe quatro pernas, uma cabeça, grande duas orelhas compridas; naquele momento viu, horrorizado, que se transformara num burro. Mas como, além disso, a fome continuasse a torturá-lo e a salada - a gora de acordo com sua nova natureza - lhe apetecia, continuou comendo avidamente. Chegou, por fim, a uma outra espécie de alface e, nem bem a tinha provado, produziu nele nova transformação e ele voltou à sua anterior forma humana.
    Deitou-se no chão e adormeceu, pois estava muito cansado depois daquelas transformações. Quando acordou, no dia seguinte, apanhou um pé da alface maligna e outro da boa, pensando: "Isto me ajudará a chegar até os meus e também a castigar a deslealdade."
     Guardou as hortaliças, saltou o muro da horta e pôs-se a procurar o castelo de sua amada. Depois de alguns dias, finalmente o encontrou. Passou no rosto uma tinta que o deixou bem moreno e o modificou de modo que nem sua própria mãe o teria reconhecido. Feito isto, entrou no palácio e pediu pousada.
      - Estou  tão cansado - disse- que não posso ir adiante.
      Perguntou-lhe a feiticeira:
      - Quem é o senhor e que anda fazendo por aqui?
      - Sou  mensageiro do rei - respondeu ele - e fui incumbido de encontrar a alface mais saborosa que existe debaixo do sol. Tive a sorte de encontrá-la e a levo comigo, mas o sol é tão forte  que a deliciosa verdura está aponto de murchar e receio não chegar com ela em condições.
      A velha, quando ouviu falar na preciosa salada, sentiu desejo de comê-la e disse:
     - Meu bom homem, deixe-me provar essa alface maravilhosa.
     - Por que não? -  respondeu ele. - Tenho dois pés . Posso dar-lhe um.
      Abriu o saco e alcançou-lhe a que era maligna. A bruxa, que de nada suspeitava e já sentia água na boca, foi ela mesma, até à cozinha para prepará-la. Depois de pronta, não podendo esperar a hora de servir, apanhou umas folhas que meteu na boca. Mal, porém, as tinha engolido, perdeu sua figura humana e desceu para o pátio, em forma de burro. nisto, entrou a criada da cozinha, viu a alface pronta para ser servida e quis levá-la à mesa. A caminho, porém, não resistiu ao antigo hábito de provar os pratos e comeu, também, umas folhas. Imediatamente o dom mágico da salada se fez notar e a moça se transformou, por sua vez, num burrinho que foi juntar-se à velha no pátio. o prato de salada caiu no chão.
      Nesse meio tempo, o suposto mensageiro estava sentado junto à formosa jovem, a qual, vendo que ninguém aparecia com a salada e sentindo, igualmente, um desejo grande de prová-la, disse:
     - Não sei o que há com essa alface.
      O caçador pensou:" Na certa já fez seu efeito", e, voltando-se para a jovem:
     - Vou até à cozinha informar-me.
      Ao chegar embaixo viu os dois burrinhos andando pelo pátio e a salada no chão. "Muito bem", - disse para si mesmo, - " essas duas já receberam sua parte". Apanhou o resto das folhas, colocou-as, de novo, no prato e as levou para a jovem.
      - Eu mesmo sirvo esta deliciosa salada, - falou-lhe, - para não teres de esperar mais tempo.
      A moça comeu e logo após se viu privada, como as outras duas, da sua figura humana, indo passear no pátio em forma de burrico.
     O caçador, depois de lavar o rosto para que as mulheres enfeitiçadas o pudessem reconhecer , desceu no pátio e lhes disse:
     - Agora vocês terão o prêmio que merecem pela sua falsidade.
     Prendeu as três a uma soga e as levou a um moinho, Ali chegado, bateu a uma das janelas e o moleiro apareceu para perguntar-lhe o que desejava.
    - Tenho aqui três animais tão maus que não quero mais ficar com eles. Se quiser cuidar destes bichos e tratá-los como eu lhe disser, pagarei o que me pede.
     - Por que não? - respondeu-lhe o homem. - Mas como devo tratá-los.
    Disse-lhe, então, o caçador, que o burro velho- que era a bruxa - desse uma vez de comer e três surras cada dia; ao do meio - a criada- três vezes de comer e uma surra e, ao mais novo- que era a moça - três vezes de comer e nenhuma surra, pois apesar de tudo, ele não tinha coragem de maltratá-la. Depois voltou ao castelo, onde encontrou tudo quanto necessitava.
     Passados alguns dias, apresentou-se o moleiro para comunicar-lhe que o burro velho, que só tinha recebido surras e comida apenas uma vez, estava morto. " Os outros dois" - falou o homem - "ainda vivem e recebem sua comida três vezes por dia. Mas andam  tão tristes que decerto não vão durar muito".
    Compadeceu-se o caçador e, sentindo que lhe passara a raiva, disse ao moleiro que os trouxesse de volta. Quando chegaram, deu-lhes de comer da alface boa e, no mesmo instante, recuperaram sua forma humana. Aí, então, a bela jovem ajoelhou-se diante dele e implorou:
     - Ah, meu amor, perdoa-me o mal que te fiz, obrigada por minha mãe. sempre agi contra minha vontade, pois eu te quero de todo coração. teu manto mágico está pendurado no guarda-roupa e, quanto ao coração do pássaro, tomarei logo uma bebida que o fará saltar-me pela boca.
    O rapaz porém, tinha mudado de opinião e lhe disse:
    - Fica com ele, pois quero casar-me contigo e não importa qual de nós dois o possua.
    Casaram-se e viveram felizes até a hora de sua morte.
 FIM



The SALAD MAGIC - GRIMM TALES


There was once a young man who went out one day to hunt. He was happy and carefree, and as he walked, he was whistling a song. In this, he met an old lady, very ugly, who addressed him:
     - Good morning, dear hunter! I see that you are happy and satisfied as I feel hunger and thirst. Give me a handout.
    The hunter took pity on the old lady; He reached into his pocket and gave what allowed him his possessions. Then he wanted to continue his way, but the old woman stopped him, telling him:
    - Listen, my hunter, I have to tell you. possess a generous heart and so I will give you a reward. Go ahead and you will come to a tree where hotels are nine birds that hold the claws a cape and fight for its possession. He points them the shotgun and shoots the band; will release the cover, and one of the birds fall dead. Catch the cover and carry it with you, it will bring up a magical robe. When you put on the shoulders just ask that transport you to the place you desire and at the same moment you will be there. Cut, then the heart of the dead bird and swallow it whole. Thereafter, when you get up in the morning, you find, always, a gold coin under the pillow.
   Hunter thanked the candle, thinking to himself: "Beautiful things promised me, with the condition that it is true ..."
    But after walking a hundred paces, he heard screams and hoots of birds, so strong that they did lift his head. Spotted a flock of birds that they pulled with the claws and beaks, a cape and fought as if each were disputing their possession.
    - Weird! - Exclaimed the hunter. - It seems that's happening what you told me the old lady.
    He took the shotgun shoulder, took aim and fired the gun in the middle of the pack, causing feathers to fly. immediately the birds fled but one that fell dead on the floor with him plummeting also the cover. The hunter did then, as told him the old; opened the bird's body, came to the heart and swallowed it whole, then he picked up the cover and returned home.
     When he awoke the next morning, lembou is the promise and wanted to make sure the truth. She lifted the pillow and behold ... there was, gleaming, gold coin. From that day on, every morning found one to get up. He joined a lot of money, but in the end, just thinking, ". What good to me all my gold if I'm at home I'm going out to run the world"
     Took leave of the parents, he took the hunter's backpack, his rifle and left.
    One day came a thick forest and, after the cross, he saw in the plain in front of a large castle. In one of his windows leaning to an old accompanied by beautiful young. This old woman, who was a witch, said to the girl:
    - There in the woods comes out a boy who brings a wonderful treasure. we have to get hold of him, dear little daughter. We deserve better than this goofy. One day swallowed the heart of a bird charming and so every morning is a gold coin under the pillow.
    The following is recommended to the girl what this had to do, and with a menacing look, she told him:
   - If you do not obey me, you'll regret it.
    When the hunter approached and saw the girl, he thought: "... For a long time I've been walking around now going into this beautiful palace to rest money, have to come" But the real reason for this resolution was to be love with the girl.
     He entered the castle and was received kindly and served with all courtesy. shortly after, he was so in love with the girl who no longer thought more of something else and only had eyes for her. Thus, goodwill was doing everything she demanded. The old woman then said:
    - Now we have to hold the heart of the bird. He did not notice his absence.
     He began to prepare a drink and then ready, filled with her a cup, which gave the young man that he should offer the hunter. I told him the girl:
     - My dear, drink to my health!
     He took the cup, and had barely finished drinking, the heart of the bird leaped from his mouth. The young man picked up the hidden and then swallowed, as the old so commanded. From then on the hunter no longer found the gold coin under his pillow; instead of appearing there now appeared under the pillow of the girl, where the old woman picked up every morning. The boy, however, was so passionate and blind that nothing but thought about being next to his beloved.
     One day the old witch said:
     - Now that we have the heart of the bird, we must take it, too, the magic cloak:
    He replied the girl:
   - Let him with it; is enough to have lost his fortune.
    But the old replied angrily:
     - A mantle of these is a wonderful and very rare thing in the world. I want and I will get it.
    He gave instructions to his daughter, threatening her that if you do not obey, would be punished. Therefore, the girl decided to comply with the order and one day stood at the window, pretending to look at a distance, looking wistful.
   - Why are you so sad? - He asked the hunter.
    - Oh, dear, - she said - there is in front of the Morro Rubies, where there is the most beautiful gemstones in the world. I'm so eager to have some that makes me sad to think of them only. But ... how to get there? This can only birds that can fly; a person ever could.
    - If this is the reason for your sadness - said the hunter, - soon you will rejoice the heart.
     He covered her with his cloak and wished to be transported the girl to Morro dos Rubis. At once both met at the desired place. There were precious stones everywhere, glinting that was a pleasure to see. They are chosen and joined what was most valuable and beautiful. It turns out, however, that the old, using his devilish art, had made the hunter felt eyes heavy with sleep. So he said to the girl:
    - Let's sit down for a little rest. I'm so tired I can hardly stand.
    The two sat and he, laying his head on the lap of the girl fell asleep. Then she took off her robe shoulder, put it in his, and collecting precious stones, wished himself back to his house.
    Upon awakening, the hunter saw that his beloved had betrayed him, leaving him alone in the deserted mountain. Distressed, he exclaimed:
    - Oh, how much falsehood in this world!
    For a long time he sat there, sad, full of worries and without fathom what to do. The mountain belonged to some wild giant who lived there. Before long, he saw three of them approach. He lay on the floor as if you were fast asleep. when they reached the Giants, the first touched him with his foot and said:
   - What kind of worm is this?
   the second said:
   - Smashes it with your foot.
   The third, however, spoke contemptuously.
   - Not worth it. Let him live. You may not be, and if you climb to the summit, the clouds will charge.
   That said, they went forward. The hunter, however paid much attention to his word and so had been away, got up and climbed to the top of the mountain. After sitting there for a moment, there came a cloud, floating, who caught it and briefly led through the sky on the outside; then fell on a garden surrounded by a wall. There he was placed gently in the middle of cabbages and other vegetables.
    The hunter looked around and said to himself:
   - If only I had something to eat. I'm hungry so I can not keep walking. I do not see a sad apple, pear or other fruit any; there is only vegetables.
    Finally it occurred to him an idea: "In the latter case" - thought - "I can eat this lettuce, is not there a delight, but I will strengthen a little."
    He picked one up and began to eat the tender leaves. Evil, however, had swallowed a few mouthfuls, he felt a strange sensation, as if his body was getting changed. They grew four legs, a head, two big long ears; at that time he watched in horror, which had become a donkey. But how, moreover, hunger continued to torture him and salad - the gora according to his new nature - you felt like, continued eating hungrily. Arrived, finally, another kind of lettuce and no sooner had proved, it produced new transformation and he returned to his former human form.
    He lay down and fell asleep because I was very tired after those changes. When he awoke the next day, he took a walk from malignant lettuce and other good thinking. "This will help me get mine and also punish disloyalty"
     He put the vegetables, jumped the wall of the garden and began to search the castle of his beloved. After a few days, finally found. Passed face a paint that made it dark and modified it so that even his own mother would have recognized. That done, he entered the palace and asked inn.
      - I'm so tired - told that I can not go on.
      He asked the witch:
      - Who are you and are you doing here?
      - I'm king of the messenger - he said - and I was instructed to find the tastiest lettuce under the sun. I was lucky to find her and take her with me, but the sun is so strong that delicious vegetables is aim to wither and fear not get with it properly.
      The old when he heard the precious salad, felt desire to eat it and said:
     - My good man, let me try this wonderful lettuce.
     - Why not? - He replied. - I have two feet. I can give you one.
      He opened the bag and reached her it was malignant. The witch, who unsuspecting and already felt your mouth water, was herself, to the kitchen to prepare it. Once ready and can not wait to serve, he picked up some leaves to put in the mouth. Evil, however, had swallowed, he lost his human figure and went down to the courtyard, shaped ass. He entered the kitchen maid, saw the lettuce ready to be served and wanted to take it to the table. The path, however, did not resist the old habit to taste the dishes and ate also some leaves. Immediately the magical gift of salad is noted and the girl became, in turn, a donkey that was to join the old patio. the dish of salad fell to the ground.
      In the meantime, the supposed messenger sat beside the beautiful young woman, who, seeing that no one came with the salad and feeling also a great desire to prove it, said:
     - I do not know what's wrong with this lettuce.
      The hunter thought: "Probably already made its effect," and, turning to the young:
     - I'm going to the kitchen to inform me.
      Arriving downstairs saw the two donkeys walking through the courtyard and salad on the floor. "Very well," - he said to himself, - "these two have received their part." He picked up the rest of the leaves, put them again in the dish and took the young.
      - I myself serve this delicious salad - spoke to him, - not having to wait longer.
      She ate and soon after saw private, like the other two, his human figure, going walking in the courtyard in the shape of donkey.
     The hunter, after washing the face so that the bewitched women could recognize, down in the courtyard and told them:
     - Now you will have the reward they deserve for their falsity.
     He held three to a rope and led to a mill, Ali arrived, hit one of the windows and the miller came to ask him what he wanted.
    - I have here three animals so bad I do not want to be with them. If you want to take care of these animals and treat them as I told you, I'll pay what you ask me.
     - Why not? - She replied the man. - But how I treat them.
    I told him then, the hunter, the velho- donkey that was the witch - such as eating and three beatings every day; the middle - the criada- three times to eat and a beating and, at the new- it was the girl - three times to eat and no beating, because after all, he did not dare mistreat her. Then he returned to the castle, where he found everything he needed.
     After a few days, he presented the miller to inform you that the old donkey, who had only received beatings and food only once, was dead. "The other two" - said the man - "still live and receive their food three times a day but go so sad that surely will not last long.".
    Pitied the hunter and, feeling that crossed his anger, said the miller that would bring them back. When they arrived, they gave them to eat good lettuce and at the same moment, recovered his human form. Here, then, the beautiful young woman knelt before him and begged:
     - Oh, my love, forgive me the wrong I did to you, thank you for my mother. always acted against my will because I want to wholeheartedly. your magic cloak is hanging in the wardrobe, and as the heart of the bird, then take a drink that will make you jump me in the mouth.
    The boy however, had changed his mind and said,
    - Stay with him, because I want to marry you and no matter which one of us has it.
    They married and lived happily until the time of his death.
 END
Google Tradutor para empresas:Google Toolkit de tradução para appsTradutor de sites

terça-feira, 31 de maio de 2016

JOÃO DE FERRO- CONTOS DE GRIMM SIL_ASMR

 Era uma vez um rei que tinha uma floresta muito grande, povoada de caça de todas as espécies. Certa ocasião, mandou um caçador até lá, para que trouxesse um cervo. O homem, porém, não voltou.
    - Talvez lhe tenha acontecido alguma coisa, - pensou o rei e, no dia seguinte, mandou dois caçadores à sua procura. Mas também estes não voltaram. No terceiro dia, reuniu todos os seus caçadores e lhes disse:
    - Percorram o bosque inteiro até encontrarem os três desaparecidos.
    Os dias foram passando, mas nenhum do grupo regressou. E os cães que eles levaram, também nunca mais foram vistos.
    Desde então, nenhum a pessoa quis mais entrar naquele bosque, que se tornou silencioso e solitário. Só de vez em quando via-se voar sobre ele uma águia ou um condor. Assim passaram-se muitos anos, até que um dia um caçador de outro país apresentou-se ao rei. Pediu que ele desse provisões e ofereceu-se par penetrar na misteriosa floresta. O soberano, a princípio, não quis dar-lhe permissão, dizendo:
    - É um lugar sinistro. temo que não terás melhor sorte que os outros e que não sairás dele.
    Mas o caçador insistiu:
   - Deixe-me tentar, sob minha responsabilidade, senhor; eu não conheço o medo.
   E o caçador penetrou na floresta, seguido do seu cão. Não demorou muito, o cachorro descobriu uma caça e se pôs a persegui-la. Mal porém havia andado alguns passos, encontrou-se ante um charco profundo, que o obrigou a deter-se. Um braço nu saiu da água e, apanhando o cão, submergiu com ele. Vendo aquilo, o caçador deu volta e foi buscar uns homens munidos de  baldes, com os quais esvaziaram a água do charco. Quando o fundo ficou descoberto, apareceu um indivíduo  de aspecto selvagem. Tinha o corpo cor de metal enferrujado e uma cabeleira que lhe tapava o rosto e ia até ao joelhos. Ataram-no com cordas e o conduziram ao palácio. Ali todos ficaram assombrados ante seu aspecto e o rei mandou encerrá-lo numa jaula de ferro, que foi colocada no pátio. Proibiu ainda, sob pena de morte, que alguém abrisse a porta, confiando a chave à rainha em pessoa. Daquele dia em diante, todos puderam andar, tranquilos, pela floresta.
     O rei tinha um filho de oito anos, que estava um dia brincando com sua bola de ouro no pátio do palácio. Em dado momento, a bola veio cair na jaula. o menino correu até lá e pediu:
    - Dá-me a minha bola.
    - Só se abrires as porta, - respondeu o selvagem.
    - Não, - retrucou o menino, - isso eu não faço, porque o rei meu pai o proibiu.
  Dito isto, escapou  correndo.
 No dia seguinte voltou a reclamar sua bola e o homem insistiu:
   - Abre-me a porta.
     O pequeno, porém, não atendeu.
     No terceiro dia, depois que o rei saiu à caça, o rapazinho veio de novo e disse ao homem.
    - Mesmo que eu quisesse , não  te poderia abrir a porta; não tenho a chave.
    Disse-lhe, então, o selvagem:
     - Está embaixo do travesseiro da tua mãe. Ali poderás apanhá-la.
   O menino, que queria antes de tudo o seu brinquedo, esqueceu todas as recomendações e trouxe a chave. A porta se abriu, pesadamente, e o pequeno apertou o dedinho nela. Depois de aberta, o selvagem saiu, entregou a bola ao príncipe e partiu rapidamente. O rapazinho ficou amedrontado e começou a chorar e a gritar:
     - Selvagem , não vás embora! Levarei uma surra quando me descobrirem! Não vás embora, meu selvagenzinho!
     O homem voltou, pôs o pequeno aos ombros e entrou no bosque a passos largos.
     De regresso, o rei notou, logo, que a jaula estava vazia e perguntou à rainha o que acontecera. Esta, porém, de nada sabia. Procurou a chave e não a encontrou. Chamou o menino, mas não obteve resposta. Aflito, o rei enviou seus criados em busca do seu filho, mas não o acharam. Foi difícil adivinhar o que acontecera e houve grande tristeza na Corte, onde todos gostavam muito do pequeno príncipe.
    Enquanto isso, o selvagem voltara ao bosque. desceu o menino dos ombros e lhe disse:
    - Não tornarás a ver teu pai nem tua mãe. Mas ficarás a meu cuidado, pois me devolveste a liberdade e tenho pena de ti. Se fizeres tudo o que te mandar, passarás muito bem. Possuo  mais riquezas e ouro que qualquer pessoa do mundo.
    Preparou para o menino um leito de musgo, onde este logo adormeceu. No dia seguinte, o homem o conduziu a uma fonte e lhe disse:
    - Estás vendo como esta fonte é límpida e clara como cristal? Senta-te aí perto e cuida para que nada caia nela, pois se tornaria impura. Virei todas as tardes para ver se cumpriste minha ordem.
    O menino sentou-se ao lado da fonte e, de vez em quando, via aparecer nas suas águas um peixe ou uma serpente de ouro, enquanto ficava atento para que nada caísse nela. De repente, começou a sentir uma dor forte no seu dedo, por instinto, o mergulhou na água. retirou-o em seguida e viu que se tornara dourado. Fez tudo para que desaparecesse a cor do ouro, mas em vão.
   À tardinha, o homem de ferro apresentou-se, olhando o menino, perguntou:
    - Que aconteceu à fonte?
    - Nada, nada, - respondeu o pequeno, escondendo a mão para que não lhe visse o dedo. mas o homem disse-lhe:
     - Meteste o dedo na água. por esta vez passa, mas cuida para que no futuro não deixes cair nela coisa alguma.
    No dia seguinte, bem cedo, o rapazinho foi à fonte para vigiar. O dedo começou, de novo, a  lhe doer e ele levou a mão à cabeça . Nisto, teve a infelicidade de lhe  cair um fio de cabelo na água. Tirou-o, sem perda de tempo, mas já estava completamente dourado. E o homem de ferro, ao chegar, foi logo dizendo:
     - Deixaste cair um fio de cabelo na água. Vou perdoar-te mais uma vez. Mas, se isso tonar a acontecer, a fonte ficará maculada e não poderás continuar comigo.
     No terceiro dia, o rapazinho manteve-se junto à fonte sem mover o dedo, ainda que doesse muito. Como o tempo demorava a passar, ele quis olhar-se no espelho das águas e, ao inclinar a cabeça para ver bem o seu rosto, os cabelos longos lhe caíram dos ombros e as pontas se molharam na fonte. Ergue-se, imediatamente, mas todo o seu cabelo já estava dourado e brilhava como o sol. Podem imaginar o susto do pobre menino! Tomou seu lenço e o atou na cabeça, para que o homem de ferro não o visse .Mas quando o homem veio, já sabia de tudo e ordenou:
     - Tira o lenço!
    E apareceu, então, os cachos dourados do menino. Ele procurou desculpar-se, mas de nada lhe adiantou.
   - Não venceste a prova e não podes continuar aqui. Sai a andar pelo mundo, onde ficarás conhecendo o que é a pobreza. Mas, como tens bom coração e eu te quero bem, vou conceder-te um favor. Quando te encontrares em apuros, corre à floresta e grita:" João de Ferro!" Virei em teu auxílio. Meu poder é grande, maior do que imaginas, e tenho ouro e prata em abundância.
     O príncipe abandonou o bosque e se pôs a andar, sozinho e perdido, sem saber para onde ia. Até que enfim chegou  a uma grande cidade. Procurou trabalho mas não encontrou, pois nada sabia fazer para ganhar a vida. Finalmente, apresentou-se no palácio do rei e perguntou se o queriam como criado. As pessoas da corte não sabiam o que fazer dele, mas, como lhes era simpático, permitiram que ficasse. O cozinheiro tomou-o a seu serviço, dizendo que poderia trazer lenha e água e varrer cinzas.
     Certa ocasião, quando nenhum dos camareiros estava presente, o cozinheiro mandou que ele fosse servir a comida real. o rapazinho, não querendo que vissem seus cabelos de ouro, conservou o gorro na cabeça. O rei, que nunca vira tamanho desaforo, disse-lhe:
    - Quando te apresentares à mesa real, deves tirar o chapéu.
    - Oh, meu Senhor! - respondeu o menino. - Não me atrevo, pois tenho a cabeça cheia de feridas.
    O rei mandou chamar o cozinheiro, repreendeu-o por haver tomado a seu serviço aquele rapaz e ordenou que o despedisse imediatamente. O cozinheiro, porém, teve pena do menino e o trocou pelo auxiliar do jardineiro.
    Desde então, o rapaz trabalhava no jardim, plantando e regando, cavando e virando a terra, e exposto às intempéries.
    Aconteceu que, num dia de verão, o calor era tão forte que ele tirou o gorro. E os raios do sol, ao tocarem seu cabelo, fizeram-no brilhar tanto que a luz foi projetar-se no dormitório da princesa. Esta levantou-se  para ver de onde vinha o reflexo. Vendo o rapazinho, gritou-lhe:
    - Rapaz, traze-me um ramo de flores!
    O jovem pôs logo o gorro na cabeça e, apanhando umas flores silvestres, fez dela um ramalhete. Quando ia subindo a escada para levá-las à princesa, encontrou-se com o jardineiro.
    - Como te atreves a levar um ramo de flores tão comuns para a princesa? - disse-lhe o homem. - Corre depressa e escolhe as mais raras e belas.
     - Oh, não! - retrucou o jovem. - As flores silvestres tem um aroma mais forte e lhe irão agradar muito mais.
    Entrou no aposento e a filha do rei lhe disse:
    - Tira o gorro. Não fica bem estares de cabeça coberta na minha presença.
     Ele, porém, voltou a justificar-se como já o fizera anteriormente:
   - Não posso, tenho a cabeça cheia de feridas.
    Aí a princesa, com um gesto rápido, tirou-lhe o gorro, e a dourada cabeleira lhe caiu sobre os ombros. Era tão bela que dava gosto olhá-la. O rapaz quis escapar, mas ela o reteve, apanhando-o pelo braço, e lhe deu uma porção de moedas. Sem fazer caso do ouro, foi ao jardineiro e lhe entregou tudo.
    Podes dar essas moedas a teus filhos, para que brinquem com elas, - disse.
    No dia seguinte a princesa ordenou, novamente, que lhe trouxesse um ramalhete de flores do campo e, quando se apresentou com ele, quis tirar-lhe outra vez o gorro, mas o rapaz o segurou com ambas as mãos. Ela deu-lhe outra porção de moedas, que ele entregou ao jardineiro para seus filhos, como na véspera. A mesma cena se repetiu no terceiro dia. A princesa não pode tirar-lhe o gorro e o rapaz não ficou com o dinheiro.
     Algum tempo depois, o país entrou em guerra. O rei convocou suas tropas, mas temia não poder resistir ao inimigo, que era poderoso e tinha um exercito imenso. Disse, então, o auxiliar do jardineiro:
    - Já sou homem e quero ir para a guerra. Deem-me um cavalo.
     Os outro começaram a rir e lhe responderam:
    - Depois de partirmos, vai à estrebaria, que lá deixaremos um pra ti.
    Quando a tropa se afastou, ele foi à estrebaria e encontrou ali um cavalo que era coxo e, assim, caminhava rengueando. Apesar disso, ele montou e encaminhou-se para a floresta sinistra. Ao chegar à sua margem, gritou por três vezes: "João de Ferro!, com tanta força que a voz reboou entre as árvores.
    Imediatamente o selvagem apresentou-se e perguntou:
    - Que desejas?
    - Quero um bom cavalo, pois vou para a guerra.
    - Tu o terás e mais, ainda, do que pedes.
    O selvagem voltou a meter-se no bosque e, pouco depois, de lá saía um criado de estrebaria, conduzindo um fogoso cavalo que mal podia ser contido. Atrás, vinha um exército com armaduras de ferro e espadas que cintilavam ao sol. O nosso jovem entregou seu cavalo coxo ao rapazinho de estrebaria, montando o outro, pôs-se à frente da tropa. Quando se aproximaram do campo de batalha, já boa parte dos homens do rei haviam sucumbido e o resto estava prestes a fugir. mas aí o jovem e seus guerreiros atacaram, caindo o inimigo como um furacão, derrubando tudo quanto se atravessava em seu caminho. As tropas inimigas se lançaram em fuga, perseguidas, porém, pelo jovem, que acabou matando até o último homem. A seguir, em vez de ir ao rei, conduziu seus homens para a floresta. Tornou, então, a chamar João de Ferro.
    - Que desejas? - indagou o selvagem.
     - Vim devolver esta montaria e tuas tropas e pedir que me entregues de novo o meu cavalo.
     Assim foi feito e o rapaz regressou ao palácio, montado em seu animal coxo.
    Quando o rei chegou à Corte, sua filha saiu a recebê-lo e o felicitou pela vitória.
    - Não fui eu o vencedor, - respondeu-lhe o rei,- mas um cavaleiro desconhecido que veio em meu auxílio frente de suas tropas.
     A princesa indagou quem era o cavaleiro, mas o pai não sabia.
    - Perseguiu o inimigo,- disse ele, - e depois não o vi mais.
    A jovem foi ao jardineiro e perguntou o que era feito do seu auxiliar. Rindo, o homem lhe respondeu:
    - Acaba de chegar em seu cavalo coxo e todos o receberam às gargalhadas, gritando: "Aí vem o nosso herói!" E quando lhe perguntaram: "Onde estiveste dormindo durante a batalha?" - ele respondeu: "Fiz um bom trabalho e sem mim tudo teria acabado mal." Aí mesmo é que riram dele a valer!
    Mais tarde, o rei disse à sua filha:
   - Vou organizar uma grande festa que durará três dias, e tu irás jogar na arena uma maça de ouro. Talvez o desconhecido se apresente.
  Quando anunciaram a festa, o rapaz foi à floresta e chamou João de Ferro.
    - Que desejas? - perguntou este.
    - Que seja eu o cavaleiro que pegue a maça de ouro da princesa.
    - Já podes contar com ela, - respondeu João de Ferro. - E terás, também, uma armadura vermelha e um cavalo zaino.
    Ao chegar o dia da festa, o rapaz apareceu a galope e, situando-se entre os demais cavaleiros, não foi reconhecido por ninguém. A princesa apresentou-se e jogou uma maça de ouro a eles. Ninguém conseguiu apanhá-la senão o nosso herói. Mas nem bem a teve em seu poder, fugiu a toda brida. No segundo dia, João de Ferro lhe deu uma armadura branca e um cavalo da mesma cor. Novamente foi ele quem se apossou da maça e outra vez se afastou a galope.
    O rei zangou-se e disse:
    - Isso não é permitido. Terá de apresentar-se e dizer o seu nome.
     Deu ordem para que, se o cavaleiro da maça voltasse a comparecer, o perseguissem caso pretendesse escapar e o matassem se negasse a obedecer.
     No terceiro dia João de Ferro lhe deu uma armadura e um cavalo negros e ele votou a pegar a maça. Ao fugir com ela, os homens do rei o perseguiram, chegando-lhe tão perto que o feriram na perna com a ponta da espada. Apesar de tudo, conseguiu escapar, mas seu cavalo dava saltos tão grandes que o elmo lhe caiu da cabeça e seus perseguidores puderam ver que tinha o cabelo dourado. Regressaram ao palácio e contaram tudo ao rei.
    No dia seguinte a princesa perguntou ao jardineiro onde andava o seu ajudante.
    - Está trabalhando no jardim. É um rapaz estranho. Esteve na festa e só regressou ontem à noite. Além disso, mostrou a meus filhos três maças de ouro que havia ganho.
    O rei mandou chamá-lo à sua presença e o rapaz compareceu com seu gorro na cabeça. A princesa aproximou-se dele e lhe tirou, e com isso a sua cabeleira dourada lhe caiu sobre os ombros, mostrando um jovem tão formoso que todos os presentes ficaram maravilhados.
     - Foste tu o cavaleiro que esteve os três dias na festa, sempre com armaduras diferentes e que ganhou as três maças de ouro? - indagou o rei.
     - Sim,- respondeu o jovem,- aí estão as maças. - E, tirando-as do bolso, as alcançou ao rei. - E se quiserdes mais provas, podereis ver o ferimento que me causaram vossos homens ao me perseguirem. E sou também o cavaleiro que vos deu a vitória sobre o vosso inimigo.
     - Se foste capaz de realizar tais façanhas, não és um simples auxiliar de jardineiro. Dize-me : quem é teu pai?
      - Meu pai é um rei poderoso e, quanto ao ouro, tenho em abundância, tanto quanto desejo.
     - Sinto - disse o rei - que te devo grandes obrigações. Poderei retribuir-te de alguma maneira?
      - Sim, - respondeu o  jovem. - Dai-me a vossa filha por esposa.
     A princesa desandou a rir e exclamou:
    - Este não anda com rodeios, mas eu já havia notado, pela cabeleira dourada, que não era um auxiliar de jardineiro.
     E, aproximando-se dele, beijou-o.
    Por ocasião do casamento, seus pais compareceram alegres e felizes, pois haviam já perdido toda a esperança de rever seu filho querido. E quando todos estavam sentados à esplêndida mesa, a música cessou de repente, as portas se abriram e entrou um rei de porte majestoso, seguido de grande séquito. Dirigiu-se ao príncipe, abraço-o e lhe disse:
    - Eu sou João de Ferro. Haviam-me enfeitiçado, transformando-me naquele selvagem. Mas tu me salvaste e por isso todos os meus tesouros te pertencem. Fim

APRESENTADO NA LIVE DO TIKTOK SWEET_SIL, SIGAM SIL_ASMR.

 

domingo, 29 de maio de 2016

OS TRÊS OPERÁRIOS - CONTOS DE GRIMM

    Três operários tinham combinado correr mundo, juntos , e trabalhar sempre na mesma cidade. Mas aconteceu que um dia a situação piorou tanto que seus patrões não lhes puderam pagar e, por isso, ficaram os três sem recursos, até mesmo para comer.
    - Disse um deles:
    - Que faremos? É impossível continuarmos aqui. Teremos de partir e, se não encontramos trabalho na próxima cidade, combinaremos com o dono da hospedaria para  que cada qual lhe escreva dizendo o lugar onde se encontra. Assim, poderemos separar-nos na certeza de cada  um ter notícias dos outros.
      Os demais acharam ótima a ideia e juntos se puseram a caminho.
      Pouco depois encontraram um homem, muito bem trajado, que lhes perguntou quem eram.
    - Somos operários à procura de trabalho. Até agora sempre estivemos juntos. Mas infelizmente, se não acharmos emprego para os três, temos de nos separar.
    - Não se preocupem por tão pouco. - disse o homem. - Se fizerem o que eu lhes disser, não faltará trabalho nem dinheiro. - Chegarão , até, a ser grandes senhores e só andarão de carruagem.
     Respondeu um deles:
     - Concordamos, mas com a condição de que não haja prejuízo para nossas almas e nossa salvação eterna.
    - Não, - respondeu o desconhecido. - Por esse lado, não tenho interesse nenhum em vocês.
     Mas um dos rapazes, olhando-lhe os pés, notou que tinha um pé de cabra e outro de homem e não quis mais saber de conversa. Entretanto, o diabo - pois não era outro senão ele - assegurou-lhes:
      - Podem ficar tranquilos. Não pretendo apoderar-me da alma de vocês, mas sim da de outra pessoa, que já quase me pertence. Pouco falta para que ela encha as medidas.
      Diante dessa afirmação, os três aceitaram a oferta e o diabo lhes explicou o que queria deles: o primeiro deveria responder, sempre, a todas as perguntas: "Nós três", o segundo: " Por dinheiro" e o último: " Foi  justo". Deviam repetir essas frases, pela mesma ordem, abstendo-se de pronunciar uma palavra a mais. Caso não cumprissem, exatamente, tal ordem, ficariam logo sem bolsos cheios. De início o diabo lhes deu tanto dinheiro quanto podiam carregar. E mandou-lhes que, ao chegar à cidade, se dirigissem a determinada hospedaria.
     Assim, fizeram e, quando o dono da estalagem saiu para recebê-los e perguntou:
      - Desejam algo para comer ? - O primeiro respondeu:
     - Nós três.
     - Sim, - disse o homem. - Logo imaginei.
     O segundo acrescentou:
     - Por dinheiro.
     - Naturalmente! - exclamou o hospedeiro.
     - Foi justo, - disse o terceiro.
      - Claro que é justo, - concordou o proprietário.
       Depois de terem comido e bebido muito bem, chegou o momento de pagar a conta que o hospedeiro entregou a um deles.
      - Nós três, - disse este.
      - Por dinheiro, - acrescentou o segundo.
      - Foi justo, - terminou o terceiro.
      - Claro que foi justo. - disse o estalajadeiro, - paguem os três, que sem dinheiro nada posso dar.
    Pagaram-lhe mais do que havia pedido. E, ao ver tal coisa, os outros hóspedes comentaram:
      - Esses sujeitos são loucos!
      - Creio que são mesmo, -disse o hospedeiro.- Não regulem bem.
       Ficaram vários dias ali, sem pronunciar outas palavras a não ser: " Nós três", " por dinheiro" e " foi justo". No entanto, viam e sabiam de tudo o que se passava na hospedaria.
       Até que um dia chegou um comerciante rico, que trazia muito dinheiro consigo e que disse ao dono da casa:
     - Senhor hospedeiro, guarde esta importância para mim, pois aqueles três operários me parecem suspeitos; tenho medo que me roubem.
       O hospedeiro levou a maleta do viajante para o seu quarto e verificou que estava cheia de ouro. Deu então, aos três operários, um aposento no andar térreo e acomodou o negociante no de  cima.
   À meia-noite, quando viu que todos dormiam, entrou com sua mulher no quarto do homem e o matou. Cometido o crime, tornaram a deitar-se.
     Na manhã seguinte, houve grande alvoroço no albergue quando encontraram o cadáver do comerciante em sua cama, banhado em sangue. O dono da casa disse a todos os hóspedes, que se haviam reunido no  local do crime:
       - Isso é obra daqueles três loucos, - o que foi confirmado pelos presentes, que acrescentaram:
       - Pois quem mais poderia ter sido?
       O hospedeiro mandou chamá-los e perguntou?
      - Vocês mataram o comerciante?
      - Nós três, - respondeu o primeiro.
     - Por dinheiro, - acrescentou o segundo.
     - Foi justo, - disse o terceiro.
     - Ouviram todos? - indagou o hospedeiro. - Eles mesmos confessaram!
    Em consequência, foram conduzidos ao cárcere, para serem julgado. vendo que a coisa estava ficando preta, sentiram muito medo, mas à noite apresentou-se o diabo, que lhes recomendou:
     - Aguentem mais um dia e não ponham a sua sorte a perder. Ninguém lhes tocará num só cabelo da cabeça.
     Ao amanhecer foram levados ante o tribunal e o juiz procedeu ao interrogatório:
    - Vocês são os assassinos?
    - Nós três.
     - Por dinheiro.
    - Bárbaros! - exclamou o juiz. - E não temeram o pecado?
     - Foi justo.
    - Confessaram o crime e não se arrependeram!- exclamou o juiz. - Quem sejam executados em seguida?
     Foram , então levados ao cadafalso, figurando o hospedeiro entre os espectadores. Depois que os fizeram subir ao estrado, onde estava o carrasco de machado em punho, surgiu, de repente, uma carruagem puxada por quatro cavalos de pelo vermelho com sangue e que se aproximava rápida como o vento. da janelinha, um personagem fazia sinais com um lenço branco.
     Disse o carrasco.
    - Estão pedindo clemência! - E, de fato, gritavam da carruagem:
    - Parem!  - Parem!
     Nisto, o diabo, na figura de  um fidalgo magnificamente trajado, saltou do carro e falou:
    - Os três são inocentes! - e, dirigindo-se aos operários: - Já podem falar. Digam o que viram e ouviram.
    - Falou, então, o mais velho:
    - Não assassinamos o comerciante. O culpado está entre os espectadores. - E apontou para o hospedeiro. - Como prova disso, procurem no porão de sua casa, que encontrarão outras vítimas.
     O juiz ordenou que alguns guardas fossem à hospedaria e estes verificaram que tudo era verdade. Em vista disso, levaram o hospedeiro ao cadafalso e o decapitaram.
     Disse, então, o diabo aos três companheiros:
    - Agora apanhei a alma que eu queria. estão livres e com dinheiro para o resto da vida. FIM