segunda-feira, 4 de julho de 2016

O CRAVO - CONTOS DE GRIMM

        Um comerciante havia feito bons negócios na feira. Vendera toda a sua mercadoria e estava com a sacola, que não era nada pequena, toda cheia de moedas de ouro e prata. Resolveu, então, regressar à sua casa antes do anoitecer. Acomodou a sacola com o dinheiro no lombo do cavalo, montou e pôs-se a caminho. Ao meio-dia parou para descansar numa cidade. Quando quis continuar a viagem, o rapaz da hospedaria, ao entregar-lhe o cavalo, disse:
     - Senhor, na pata esquerda, de trás, falta um cravo da ferradura.
    - Não importa, - respondeu o comerciante. - O ferro aguentará as seis horas que me restam de viagem. Estou com pressa.
   À tarde, depois de ter apeado para outro descanso e ordenado que dessem  feno ao animal, o criado entrou na sala e disse:
    - Senhor, vosso cavalo perdeu a ferradura da pata esquerda, de trás. Quereis que o leve ao ferreiro?
    - Deixa! - respondeu o comerciante. - O animal aguentará as poucas horas que me restam de viagem. Tenho pressa.
    E partiu. Pouco depois o cavalo começou a mancar. Não demorou muito tropeçou e, por fim, caiu e quebrou uma perna. O comerciante teve de abandoná-lo na estrada, carregar a pesada sacola e percorrer, a pé, o resto do trajeto, chegando em casa tarde da noite.
    - A culpa toda é de um maldito cravo, - disse consigo mesmo.
    Nunca percas a calma quando estiveres com pressa. FIIM

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