sábado, 1 de agosto de 2015

OS SETE CORVOS - CONTOS DE GRIMM

Um homem tinha sete filhos e nenhuma filha. E isso lhe dava muito pesar, pois era uma filha o que ele mais desejava. Certo dia sua mulher tornou a dar-lhe novas esperanças e, quando nasceu a criança, era, finalmente , uma menina. A alegria foi grande, mas a recém-nascida era fraquinha e pequena, e por ser assim tão débil, decidiram batizá-la em seguida. O pai mandou  um dos filhos à fonte trazer água para o batismo e os outros seis o acompanharam; lá chegados, todos quiseram encher o jarro em primeiro lugar e este acabou caindo na água. Os sete ficaram sem saber o que fazer, não se atrevendo a voltar para casa. Com a demora, o pai impacientou-se e disse:
    - Na certa esses malandros estão brincando e não se lembram mais da água!
    Amedrontado, e receoso de que a menina morresse sem batismo, gritou num acesso de raiva;
   - Tomara que todos ele se tornem corvos!
    Mal tinha dito essas palavras, ouviu um zumbido no ar e, erguendo os olhos viu sete corvos, negros como a noite que se afastavam voando.
    Os pais não puderam desfazer a maldição e, apesar de muito tristes com a perda dos sete filhos, consolaram-se um pouco com a menina que logo foi ficando mais fortinha e cada dia mais formosa. Durante muito tempo ela não soube que tivera irmãos, pois os pais evitaram falar neles. Um dia, porém, ouviu quando umas pessoas diziam que ela era muito bonita mesmo, mas que nem por isso deixava de ser culpada da desgraça dos seus sete irmãos. Daí por diante, não teve um momento de sossego até que um dia, sem dizer nada a ninguém, saiu pelo mundo em busca de seus irmãos e disposta a salvá-los, custasse o que custasse. Só levou como lembrança um anelzinho que era de seus pais; um pedaço de pão para matar a fome; um jarrinho de água para saciar a sede e uma cadeirinha para descanso.
     E andou longe, muito longe, até o fim do mundo. Passado o fim do mundo, chegou ao sol, mas ele era terrível e quente demais: devorara crianças pequenas. Fugiu correndo e chegou à lua que era fria, muito fria, e também cruel. Quando notou a presença da menina, a lua foi logo dizendo:
    _ Estou sentindo cheiro de carne humana!
     A pequena, então, afastou-se mais que depressa e foi ter às estrelas, que a receberam amavelmente e com carinho, cada uma delas sentada em suas cadeirinha. A estrela d'alva levantou-se, deu-lhe um ossinho de perna de galinha e disse:
    - Sem isto não poderás abrir a montanha de cristal onde estão os teus irmãos.
    A menina pegou o ossinho, guardo-o bem num lenço e saiu andando até chegar à montanha de cristal. Como a porta estivesse fechada, procurou o ossinho de galinha, mas, ao abrir o lenço, viu que estava vazio. Tinha perdido o presente das boas estrelas! Que fazer agora? Queria salvar seus irmãos, mas não tinha a chave que abria a porta da montanha. Então a dedicada irmãzinha pegou uma faca, cortou seu dedo mindinho e depois o introduziu na fechadura, que logo se abriu. Assim que entrou, um anãozinho veio-lhe ao encontro, perguntando:
    - Que procuras, minha filha?
     - Procuro meus irmãos, os sete corvos- respondeu ela.
    - Os senhores corvos não estão em casa - disse o anão -mas, se quiseres, espera aqui por eles. Entra!
    Logo depois o anãozinho trouxe a comida dos corvos em sete pratinhos e em sete copinhos e cada pratinho a irmãzinha comeu um pequeno bocado e de cada copinho bebeu um pequeno gole. No  último deixou cair o anel que levava consigo. De repente percebeu no ar o rumor de asas batendo e o anãozinho lhe falou:
    - Os senhores corvos vêm chegando!
    E, de fato, eles entraram cheios de fome e sede, procurando seus pratinhos e copinhos. Logo cada um exclamou:
   - Quem comeu do meu pratinho? Quem bebeu do meu copinho? Foi boca de gente!
   E quando o sétimo esvaziou seu copo, apareceu o anel. Olhou-o bem e, reconhecendo que era de seus pais, disse:
   - Deus queira que nossa irmãzinha tenha vindo, pois só assim ficariámos livres do encanto!
    A menina, que estava escutando atrás da porta, ouviu o seu irmão. Apresentou-se a eles. E, naquele mesmo instante, todos os corvos voltaram à forma humana. E, depois de se abraçarem e beijarem, regressaram muito felizes para casa.FIM

























3 comentários:

  1. Olá silvana tudo bem?
    Gostaria de saber se você tem esse livro? Ele tem a capa azul clara?

    ResponderExcluir
  2. OLÁ AMIGO, SIM A CAPA É AZUL, É MEU TESOURO .OBRIGADO PELA PERGUNTA . SE QUISERES ME SEGUIR NO YOU TUBE É SIL.ASMR NO TIKTOK SIL.ASMR E NO INSTAGRAM SIL.ASMR.

    ResponderExcluir
  3. SIM AMIGO ELE TEM A CAPA AZUL É MEU TESOURO, AMO MEUS LIVROS. OBRIGADA

    ResponderExcluir