A ilustradora deste volume, Roswita Wingen-Bitterlich, nasceu 24 de abril de 1920, perto do lago da Constança, Na Áustria Ocidental, próximo à Suiça. Seu pai era, naquela época, empregado do governo. Tanto o pai como a mãe descendem de famílias de funciónarios públicos e militares austríacos. Seus antepassados procedem, em parte, Da Holanda, da alta Itália e da região boêmio-morávia de língua alemã. Durante o primeiro ano de vida de Roswitha, sua família transferiu residência para a Boêmia alemã, na atual Checoslováquia, onde estavam radicados parentes de seu pai. Este abandonou o serviço do governo para ocupar um cargo de direção na indústria. Ali, a família passou a viver muito bem, e nasceram mais dois irmãos de Roswitha. As crianças tiveram uma infância maravilhosa.
Muito cedo se manifestou em Roswitha a tendência a interpretar ideias e sentimentos por meio do desenho. Em poder dos pais existem alguns trabalhos que a menina executou aos dois e três anos de idade. São desenhos que representam o pai, a mãe, os irmãos e ela mesma. O interesse, pela arte e o talento artístico, de seus pais, criaram uma atmosfera fecunda no lar paterno. A menina progredia com rapidez, revelando, claramente, acentuada inclinação para a arte.
Roswitha contava oito anos de idade quando seus pais retornaram à Áustria. Esse fato representou uma modificação radical na vida da menina. Pela primeira vez conhece o que são privações. Daí por diante o tema social se repete sempre em seus trabalhos. Cria obras acentuadamente sombrias e lúgubres, que já não traduzem mais um espírito infantil.
Aos dez anos Roswitha passa a frequentar o ginásio, e, quando atinge os doze, organiza-se na sua Cidade de Innsbruck, pela primeira uma pequena exposição de suas aquarelas e desenhos a bico de pena. Seus trabalhos despertam grande atenção . Dosi anos depois, realiza-se outra exposição onde são também apresentados quadros grandes a óleo. Em 1935, o Chanceler Schuschinigg inaugura em Viena uma exposição de proporções ainda maiores. A extraordinária repercussão que produz na imprensa do país e do esterior torna a joem artista conhecida, não só em sua pátria, como na europa e nas terras de ultramar. At;e o início da guerra seguem-se exposições na maior parte das cidades da Europa: Praga( 1936), Amesterdã, Roterdã, Copenague (1937), Zurique, Londres, Haia(1938), Munique e Stuttgart (1939). Todas as exposições são coroadas de grande êxito. Depois irrompe a guerra, que faz cessar essas atividades.
Após a sua formatura, no verão de 1938, Roswitha passa alguns meses estudando em Roma. No outono do mesmo ano vai para Stuttgart como aluna-mestra a fim de aprender as diversas técnicas da arte gráfica. A seguir frequenta por alguns anos a Academia de Arte da mesma cidade. Produz o ciclo Eulenspiegel, gravuras a água-forte profundamente melancólicas, em torno das quais, mais tarde, um escritor alemão desenvolveu um trabalho sobre a filosofia da arte. Há alguns anos, uma das editoras mais conhecidas da Alemanha publicou essa obra juntamente com as gravuras.
Aos anos de estudo em Stuttgart segue-se mais uma nao na Academia de arte de Berlim, já bastante abalada pelos crescentes bombardeios aéreos. A partir de 1934, Roswitha passa o último período de guerra com sua mãe na Áustria, enquanto o pai e os irmãos se encontram nas linhas de frente. Logo após terminar a conflagração mundial, casa-se com um escritor alemão, que dois anos depois vem a falecer dos efeitos de sua detenção por motivos políticos num campo de concentração nazista. Sobrevëm uma longa interrupção em sua atividade artística. Entretanto, consegue recuperar-se e adaptar-se novamente à vida, embora os tristes sucessos dos últimos anos hajam deixado vestígios profundos. Roswitha vive com sua filinha em Innsbruck e dedica-se quase exclusivamnete ã arte religiosa. Por esse caminho, chega à pintura de afrescos. O primeiro mural de Roswitha, pintado em 1950, encontra-se numa igreja de Viena; mais tarde ela executa outros em diversas cidades.Sua inclinação e taento especiais para o desenho, como meio de expressão de concepções e vivências, persiste e se manifesta sempre de novo, assim como no desenho a cores.
Em 1955 Roswitha emigra para America do sul. No Brasil contrai novas núpcias com o Prof. Hubert Wingen, e desse consórcio nascem dois filhos.
Passa a trabalhar como ilustradora em Porto Alegre, onde inicia a sua coloboração para a Editora Globo ilustrando volumes de contos de Hans Christian Anderson.
Os contos que estou transcrevendo são de livros muito antigos que ganhei de meu querido pai. Quando percebi que eles estavam ficando velhos e amarelados, fiquei com medo de perdê-los. Resolvi então salvá-los para sempre, digitando letra por letra e me envolvendo em cada história. Obrigada pai e mãe, amo vocês! E um obrigada às novas tecnologias que me permitirão salvar meus livros e dar a outras pessoas a oportunidade de se emocionarem com Os Contos de Grimn e Andersen como eu me emocionei.
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