sexta-feira, 23 de outubro de 2015

ROSWITHA WINGEN-BITTERLICH-

 A ilustradora deste volume, Roswita Wingen-Bitterlich, nasceu 24 de abril de 1920, perto do lago da Constança, Na Áustria Ocidental, próximo à Suiça. Seu pai era, naquela época, empregado do governo. Tanto o pai como a mãe descendem de famílias de funciónarios públicos e militares austríacos. Seus antepassados procedem, em parte, Da Holanda, da alta Itália e da região boêmio-morávia de língua alemã. Durante o primeiro ano de vida de Roswitha, sua família transferiu residência para a Boêmia alemã, na atual Checoslováquia, onde estavam radicados parentes de seu pai. Este abandonou o serviço do governo para ocupar um cargo de direção na indústria. Ali, a família passou a viver muito bem, e nasceram mais dois irmãos de Roswitha. As crianças tiveram uma infância maravilhosa.
    Muito cedo se manifestou em Roswitha a tendência a interpretar  ideias e sentimentos por meio do desenho. Em poder dos pais existem alguns trabalhos que a menina executou aos dois e três anos de idade. São desenhos que representam o pai, a mãe, os irmãos e ela mesma. O interesse, pela arte e o talento artístico, de seus pais, criaram uma atmosfera fecunda no lar paterno. A menina progredia com rapidez, revelando, claramente, acentuada inclinação para a arte.
   Roswitha contava oito anos de idade quando seus pais retornaram à Áustria. Esse fato representou uma modificação radical na vida da menina. Pela primeira vez conhece o que são privações. Daí por diante o tema social se repete sempre em seus trabalhos. Cria obras acentuadamente sombrias e lúgubres, que já não traduzem mais um espírito infantil.
   Aos dez anos Roswitha passa a frequentar o ginásio, e, quando atinge os doze, organiza-se na sua Cidade de Innsbruck, pela primeira uma pequena exposição de suas aquarelas e desenhos a bico de pena. Seus trabalhos despertam grande atenção . Dosi anos depois, realiza-se outra exposição onde são também apresentados quadros grandes a óleo. Em 1935, o Chanceler Schuschinigg inaugura em Viena uma exposição de proporções ainda maiores. A extraordinária repercussão que produz na imprensa do país e do esterior torna a joem artista conhecida, não só em sua pátria, como na europa e nas terras de ultramar. At;e o início da guerra seguem-se exposições na maior parte das cidades da Europa: Praga( 1936), Amesterdã, Roterdã, Copenague (1937), Zurique, Londres, Haia(1938), Munique e Stuttgart (1939). Todas as exposições são coroadas de grande êxito. Depois irrompe a guerra, que  faz cessar essas atividades.
    Após a sua formatura, no verão de 1938, Roswitha passa alguns meses estudando em Roma. No outono do mesmo ano vai para Stuttgart como aluna-mestra a fim de aprender as diversas técnicas da arte gráfica. A seguir frequenta por alguns anos a Academia de Arte da mesma cidade. Produz o ciclo Eulenspiegel, gravuras a água-forte profundamente melancólicas, em torno das quais, mais tarde, um escritor alemão desenvolveu um trabalho sobre a filosofia da arte. Há alguns anos, uma das editoras mais conhecidas da Alemanha publicou essa obra juntamente com as gravuras.
   Aos anos de estudo em Stuttgart segue-se mais uma nao na Academia de arte de Berlim, já bastante abalada pelos crescentes bombardeios aéreos. A partir de 1934, Roswitha passa o último período de guerra com sua mãe na Áustria, enquanto o pai e os irmãos se encontram nas linhas de frente. Logo após terminar a conflagração mundial, casa-se com um escritor alemão, que dois anos depois vem a falecer dos efeitos de sua detenção por motivos políticos num campo de concentração nazista. Sobrevëm uma longa interrupção em sua atividade artística. Entretanto, consegue recuperar-se e adaptar-se novamente à  vida, embora os tristes sucessos dos últimos anos hajam deixado vestígios profundos. Roswitha vive com sua filinha em Innsbruck e dedica-se quase exclusivamnete ã  arte religiosa. Por esse caminho, chega à pintura de afrescos. O primeiro mural de Roswitha, pintado em 1950, encontra-se numa igreja de Viena; mais tarde ela executa outros em diversas cidades.Sua inclinação e taento especiais para o desenho, como meio de expressão de concepções e vivências, persiste e se manifesta sempre de novo, assim como no desenho a cores.
    Em 1955 Roswitha emigra para America do sul. No Brasil contrai novas núpcias com o Prof. Hubert Wingen, e desse consórcio nascem dois filhos.
      Passa a trabalhar como ilustradora em Porto Alegre, onde inicia a sua coloboração para a Editora Globo ilustrando volumes de contos de Hans Christian Anderson.

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