Era uma vez.... os Irmãos Grimm. Que forma eles? Nada mais, nada menos que contadores de histórias. Foi assim que o seu nome chegou até nós, embora o mais velho seja considerado o introdutor do método histórico no estudo da gramática e o fundador da filologia germânica, com sua edição crítica de textos arcaicos. Professores da Universidade de Goettingen, Jacob, nascido em 1785, e Wilhelm, em 1786, viram-se ambos destituídos em consequência de mudanças políticas da época. Começaram então a percorrer a Alemanha, recolhendo as histórias que viviam na tradição oral. No prefácio de sua primeira coletânea, aludem eles à mulher de um criador de gado, que guardava na memória todas as velhas histórias, repetindo-as invariavelmente com as mesmas palavras e cujo retrato foi publicado na mesma edição(1812). Contudo, revela o filho de Wilhelm que muitas histórias, como de Joãozinho e Mariazinha, uma das primeiras a se tornar famosa, foram contadas a seu pai pela namorada deste, Dorotéia, e que, após se casarem, continuou sendo uma das fontes informativas de seu curioso marido. Como se vê, tanto como gostavam de contá-las, eram os Irmãos Grimm uns incansáveis ouvidores de histórias. Essas histórias constavam, desde lendas cheias de poesia como a dos Doze Apóstolos, de caricaturas de tipos encontradiços na vida real, como a do ranzinza mestre Sola, que nem no Céu achava nada bom, até simples anedotas, casos, facécias, histórias de bichos, ou apólogos morais e religiosos; mas, antes de mais nada, esses estranhos contos, de uma imprevista fantasia, como o de "Um Olhinho, Dois Olhinhos, Três Olhinhos", e outros, que não tem outra razão de ser senão o mistério dos sonhos infantis; ou " O Sapo Encantado", de tamanho sabor folclórico, e tantas outras, que saíram a correr mundo.
Propriamente falando, essas histórias já andava a correr mundo, na boca das velhas amas e das avózinhas. Estas não fizeram mais que dar o que os seus pequenos ouvintes lhe pediam. Era o caso de se perguntar quem era mesmo que inventava as histórias. Os Irmãos Grimm, por sua vez, com uma fidelidade muito anterior à época em que foi inventada a palavra "folclore" ou " populário". (digamos entre parênteses, mais compreensível internacionalmente, criada por Apolinário Porto Alegre e adotada por Simões Lopes Neto) colheram da boca de mulheres e crianças umas duzentas dessas histórias. Essa carinhosa pesquisa se estendeu por treze anos, enquanto comparavam e decantavam as diferentes versões, dando-lhes a necessária unidade de estilo.
As histórias assim ouvidas e tão habilmente recontada ( coube a Wilhelm a redação definitiva de uma edição completa em três volumes , 1819) saíram à luz a partir de 1812, sob o título de Histórias da Criança e do lar- título este que bem explica a origem delas, dizendo por quem, para quem e onde foram contadas. É claro que essas histórias, na sua viagem ao redor de mundo, foram sofrendo aqui e ali certas adaptações ao meio ambiente dos pequenos ouvintes, embora todas se passem no País dos Sonhos.
Os contos que estou transcrevendo são de livros muito antigos que ganhei de meu querido pai. Quando percebi que eles estavam ficando velhos e amarelados, fiquei com medo de perdê-los. Resolvi então salvá-los para sempre, digitando letra por letra e me envolvendo em cada história. Obrigada pai e mãe, amo vocês! E um obrigada às novas tecnologias que me permitirão salvar meus livros e dar a outras pessoas a oportunidade de se emocionarem com Os Contos de Grimn e Andersen como eu me emocionei.
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